O acontecimento causou perplexidade e revolta aos católicos que tomaram contato com ele pelas redes sociais, que não mereceu pela mídia oficial a mesma divulgação. O fato registrado durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é mais um exemplo de perseguição aos que manifestam a sua fé, de modo particular aos católicos. Uma estudante ao se apresentar para a realização da prova foi impedida, repito, impedida de entrar na sala usando um escapulário e uma discreta pulseira-Terço de Nossa Senhora. A justificativa não encontra respaldo em nenhum item citado dentre os objetos que os estudantes candidatos não deveriam portar a exemplo de: óculos escuros, celulares, fones de ouvido ou aparelhos eletrônicos, entre outros. A argumentação, por mais absurda e inacreditável que possa parecer, foi: “A PROVA É LAICA”. É possível constatar a preocupação diante da repressão crescente, imposta por aqueles que deturpam o laicismo do Estado, cerceando a liberdade de manifestação da fé, por interesses escusos.
O que é ser laico? “Característica do que ou daquele que não faz parte do clero; que não pertence a instituição ou ordem religiosa: empresa laica; escola laica; Estado laico.” Uma prova, pelo fato de ser realizada pelo Estado, não é laica ou deixa de ser por si própria. Agora, a pergunta que se coloca é: implicaria algo uma estudante usar um escapulário e uma pulseirinha de Terço durante a prova? A quem ela estaria desrespeitando? A quem ela estaria prejudicando? Algum estudante passaria mal por perceber (com esforço) aqueles objetos? Poderia ela estar se beneficiando em relação aos demais? A verdade é que não há qualquer explicação razoável, minimamente, para justificar o ocorrido. Ela foi proibida pela fiscal de sala presente e isso foi ratificado pelo coordenador, o que é mais grave. Por quê? Porque isso significa que existiria uma possível orientação superior para que ninguém agisse assim.
O fato, aparentemente discreto, é a ponta de um iceberg gigante que caminha diretamente contra tudo o que diga respeito a fé, e é necessário que se enfatize: à fé cristã. A evidência dos fatos crescentes, tanto em quantidade quanto na violência das manifestações, é registrada por todo o mundo. Não basta quebrar imagens. Não há limites para o vandalismo nas igrejas. A profanação do sagrado é manifestação de “liberdade”! Seguramente, o Cristianismo é a religião mais perseguida há tempos, na história moderna, e nas últimas décadas, com uma voracidade criminosa avassaladora. Tudo baseado na liberdade de expressão. Há liberdade para tudo, menos para se manifestar cristão!
Se um estudante foi com uma camiseta do “Che Guevara” (assassino responsável pela morte de milhares), não foi impedido, certamente. Se outro estava com uma blusa estampando os ícones do Comunismo, Ateísmo ou Anarquismo, sem problemas (não são símbolos religiosos). Mas alguém resolveu realizar a prova em trajes seminus, pelo calor, que certamente desviaria a atenção, atrapalhando a muitos. Não há limites para cada um se vestir como quiser. Se na roupa houvesse um desenho pornográfico, em nada isso está contra a laicidade do Estado, mas uma pulseira-Terço de Nossa Senhora é um “desrespeito” à nação e aos demais!
Eu não sou laico! É preciso sair do silêncio, da passividade! É preciso estar disposto a entrar na arena com leões! Foi assim que os primeiros cristãos espalharam, plantaram e regaram as sementes do Cristianismo. Não pela revolta agressiva. Não pela luta com as mesmas armas, mas com a perseverança na fé e esperança de quem se sabe ser um cristão de verdade. Certamente não é na pulseirinha-Terço que demonstramos a nossa fé, ainda que seja uma manifestação carinhosa. Nem é sequer pelo uso devocional do escapulário de Nossa Senhora do Carmo, com toda promessa mariana nele presente. Mas a nossa coragem de coração é fundamental. Uma resistência pacífica que repercute mais do que mil canhões. Os primeiros cristãos não entravam nas arenas de cabeça baixa, como arrependidos, mas continuavam cantando, alegres, louvores ao Senhor! Que neste ano dedicado a São José, Padroeiro da Igreja, saibamos com o seu silêncio e serenidade, aprender e transmitir a força do Amor a Deus.