São Paulo nos diz: “Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. (…) Abençoem os que perseguem vocês; abençoem e não amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram, e chorem com os que choram. Vivam em harmonia uns com os outros.” (Rm 12,9-10.14-16).
Pois bem, meus irmãos e irmãs, quero sugerir que reflitamos sobre a importância da comunhão entre nós em nossas comunidades. O testemunho do amor entre os cristãos é um atrativo que pode levar as pessoas a desejarem se aproximar de Cristo, que nos deu o mandamento do amor. O Documento de Aparecida (n. 159) afirma que “a Igreja, como ‘comunidade de amor’, é chamada a refletir a glória do amor de Deus, que é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. (…) A Igreja cresce não por proselitismo, mas “por ‘atração’: como Cristo, ‘atrai tudo para si’ com a força do seu amor”. A Igreja ‘atrai’ quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34)”.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus que é amor, é comunhão de Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Portanto, fomos criados para o amor. Nós somos seres relacionais, e no encontro com os outros, nós nos conhecemos melhor a nós mesmos, somos enriquecidos pelos dons que o outro possui e partilhamos com os demais os dons que Deus nos concedeu: assim nos realizamos e crescemos!
Na Igreja comunhão, “cada um recebe a manifestação do Espírito para o bem comum” (1Cor 12,7). Portanto, eu sou depositário dos dons de Deus para os meus irmãos e irmãs, e eles, por sua vez, são depositários dos dons de Deus para mim.
Na vivência do amor, na comunhão e na partilha, a comunidade cristã torna-se um antídoto contra a solidão, o individualismo, o isolacionismo, o fechamento sobre si mesmo que não nos realiza, mas nos amargura e entristece.
É pena que, muitas vezes, encontremos em nossas comunidades atitudes contrárias ao amor que Jesus nos ensinou. Encontramos divisões, disputas e ciúmes que atrapalham o testemunho da comunhão e acabam por afastar as pessoas da Igreja, realidade que o Papa Francisco descreveu na Evangelii gaudium (EG 100-101) e sobre a qual ele diz: “Peçamos ao Senhor que nos faça compreender a lei do amor. Que bom é termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo, amar-nos uns aos outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de nós é dirigida a exortação de Paulo: ‘Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem’ (Rm 12,21). E ainda: ‘Não nos cansemos de fazer o bem’ (Gal 6,9). Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste momento estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: ‘Senhor, estou chateado com este, com aquela. Peço-Vos por ele e por ela’. Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (EG 101).
Portanto, meu irmão, minha irmã, que vive o seu Batismo, participa de sua comunidade paroquial, que se empenha na oração, nas pastorais… Você que participa de algum grupo ou serviço da comunidade, reflita sobre isso. Peçamos ao Espírito Santo que ajude a vivermos em comunhão no amor, para, assim, colaborarmos na missão de atrair os corações para Cristo e seu Evangelho. Sejamos comunidades verdadeiramente unidas.






