O período de campanha eleitoral é a época dos velhos chavões; entre eles o mais ouvido é o que diz que a educação deve ser prioridade. Todavia, falta vontade política – escolha – para colocar tal slogan em prática. Entendemos que a Educação só será uma verdadeira prioridade quando a família estiver no centro das políticas públicas e for ator principal do processo de formação das futuras gerações.
Um projeto de educação que tenha a família como centro permite ter uma visão de Estado, ou seja, a longo prazo, acerca de um tema essencial para o desenvolvimento integral do ser humano e da sociedade como um todo.
Neste sentido, a Confederação Nacional das Famílias e da Educação, em parceria com o Vicariato para a Educação e Universidade e da Pastoral da Educação de outras dioceses e de comunidades ligadas à renovação carismática, vem trabalhando junto ao poder público a construção de políticas pública com as características citadas acima.
A nosso ver, colocar a família como centro do processo e democratizar e diversificar o sistema de escolarização na cidade de São Paulo deve ser a prioridade máxima da próxima gestão.
O caminho prático, para tanto, é permitir que a família possa escolher como, onde e sob quais valores quer educar seus filhos. Isso pode ser feito por meio de convênios com instituições sérias e comprometidas com a educação e que ofereçam formação de qualidade e acessível àqueles que mais necessitam, principalmente nas periferias da cidade.
Muitas de nossas comunidades e paróquias já atendem, em parceria com a prefeitura, nossas crianças em creches, pré-escolas e centros comunitários. Por que não estender este atendimento a toda educação básica? Por que não permitir que a sociedade e as famílias possam colaborar com o Estado na oferta de educação de qualidade a quem mais precisa?
Estamos construindo com o Governo Federal e o Congresso Nacional uma mudança no Art.7° do PL 4372, para permitir que estados e municípios possam utilizar os recursos do Fundeb no estabelecimento de convênios com nossas comunidades para o atendimento das famílias nas Escolas Comunitárias Confessionais.
Essas escolas surgirão da união das famílias e das comunidades em querer educar as crianças segundos os valores do evangelho. Em algumas semanas, vamos, seguindo as palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, lançar o Projeto: “Educação terra de Missão: em cada Igreja e Comunidade uma Escola”. O objetivo é levar as famílias, os párocos e as comunidades a possibilidade legal de construírem as escolas comunitárias confessionais em suas comunidades.
A Igreja em São Paulo, com a ajuda de muitos parceiros, quer ampliar sua presença na vida das famílias e na formação das futuras gerações. Esperamos contar com a colaboração do futuro gestor de nossa cidade. Esperamos que ele saiba que Deus habita esta cidade.
Professor Edivan Mota, diretor executivo da Confederação Nacional da Família e da Educação, coordenador da Pastoral da Educação da Diocese de Santo Amaro; diretor de escola pública e professor universitário