Catolicismo e preconceitos

Uma das características mais marcantes da época em que vivemos é a crítica aos preconceitos: aquelas noções generalizadas, preconcebidas e frequentemente negativas, sobre certos grupos ou instituições. Se até há pouco tempo não era raro se falar depreciativamente de “caipiras”, “nordestinos”, “pobres”, “gordinhos” e outros grupos, hoje esta prática costuma ser imediatamente rechaçada (e com razão!) por sua injustiça. Existe, no entanto, uma instituição que vem sendo cada vez mais alvo de preconcepções inverídicas, embora pouca gente pareça se incomodar com o fato – falamos do preconceito contra a Igreja Católica.

De fato, os diversos elementos da vida da Igreja são depreciados das mais diversas formas: em determinados ambientes “intelectuais”, sua profissão de fé é vista como uma superstição medieval e obscurantista; seu ensinamento moral é reprovado como um conjunto de regrinhas e proibições sem sentido; e os homens e mulheres que empenham suas vidas como sacerdotes, religiosos e religiosas são tidos como ignorantes, ou até mesmo como aproveitadores da credulidade popular.

Se por um lado esses preconceitos são difusos, por outro existem hoje em nosso País milhares de jovens que, após se abrirem para um primeiro contato sincero com a Igreja, surpreendem-se com a beleza do que encontram. Podemos mesmo falar de um “renascimento católico” no Brasil, já extremamente fecundo, e que promete um florescimento ainda maior nas próximas décadas. Mas o que veem esses jovens na Igreja?

Em primeiro lugar, eles veem que a fé cristã é tudo, menos obscurantista e supersticiosa. Foi a Igreja, afinal, a responsável pela criação das primeiras universidades, como em Bolonha e Paris, que buscavam despertar o intelecto para a busca do bom, do belo e do verdadeiro; ou ainda, pela criação do conceito de previdência social e dos hospitais (que, não à toa, se chamam ainda Santa Casa, ou, em francês, Hôtel-Dieu, “Casa de Deus”). Isso para não falar na enorme quantidade de cientistas e estudiosos que eram também padres católicos: para ficar em alguns, pensemos em Alcuíno de Iorque (responsável pela reforma educacional do reino de Carlos Magno, que se difundiu por toda a Europa), Nicolau Copérnico (pai do heliocentrismo), Gregor Mendel (pai da genética), George Lemaître (proponente da Teoria do Big Bang); Henri Breuil (pré-historiador e arqueólogo responsável por autenticar a famosa caverna de Lascaux, com pinturas rupestres de 20 mil anos)…

Outra descoberta vem da percepção de que a moral cristã não é um amontoado confuso de proibições: antes, os chamados “mandamentos” nada mais são que um caminho de excelência humana e felicidade que nos foram dados como dons por Deus e que a moral católica é baseada na sólida experiência acumulada ao longo de 2 mil anos por algumas das mentes mais brilhantes da humanidade. O caminho é exigente, sem dúvida, mas, como dizem aqueles que se dedicam ao condicionamento físico, “sem esforço, não há resultado”.

Por fim, quando os jovens começam a se aproximar da Igreja, ajuda-os muito conhecer padres e freiras verdadeiramente cultos, altruístas, que entregam suas vidas amorosamente pelo bem das almas a si confiadas – que são, por assim dizer, como “velas acesas”, que se incendeiam de amor.

Mas o que poderíamos dizer a quem ainda não entrou neste processo de se maravilhar com a Igreja? Como desfazer os preconceitos de quem imagina monges tramando, às escondidas, os próximos planos do Tribunal da Inquisição? O melhor caminho, nos parece, é imitar o que Cristo fez com seus primeiros discípulos: “Vinde e vede!” – Venham conhecer a Igreja e deixem-se maravilhar por ela.

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