Responder ao mal com o bem… também nas Olimpíadas!

O caráter inclusivo e plural da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ficou manchado por uma suposta representação da Última Ceia de Jesus, encenada por drag queens, em uma clara intenção de deboche, como bem denunciado pela Conferência Episcopal Francesa. Posteriormente, foi dito que a intenção não era essa… Mas o mal já estava feito e houve, inclusive, quem se vangloriasse por ter despertado raiva entre os cristãos…

Antes de continuar, é preciso diferenciar um gesto bem-intencionado, mesmo que errôneo, que reconhece o amor de Cristo também pelos excluídos, do puro deboche. Muitas vezes, a comunidade LGBT se pronunciou dizendo que Cristo, se estivesse presente entre nós ainda como pessoa física, estaria com eles – como esteve entre publicanos e pecadores (cf. Lc 5,29-32). De fato, Cristo com certeza estaria entre eles, expressando seu profundo amor a todos os seres humanos, e os estaria convidando (como convida os demais) à conversão e a uma vida cada vez mais santa.

Contudo, no caso da abertura das Olimpíadas, alguns dos participantes do gesto declararam explicitamente sua intenção de escandalizar os cristãos – e sua alegria em perceber a raiva de alguns de nós diante do ocorrido… Em nossos tempos, quando nos enfurecemos, frequentemente fazemos exatamente aquilo que nossos adversários esperam, dando-lhes mais oposição, mais exposição, mais sucesso, mais captação de recursos…

Bento XVI, comentando a passagem do Evangelho que nos admoesta a dar a outra face (cf. Lc 6,29), explica que isso não significa submeter-se à violência, mas sim retribuir o mal com o bem. Este não é um convite à submissão, mas o que fazer em uma situação como esta da abertura das Olimpíadas?

Para responder ao mal com o bem, é preciso amar. O autor da Carta a Diogneto, texto apologético escrito no segundo século, ainda em um período de perseguições e martírios, diz que os cristãos amam o mundo que os persegue e que este é o seu lugar, ao qual não podem renunciar. Se deixamos de amar, nossa apologética, mesmo que justa, deixa de ser uma adequada defesa do Cristianismo.

Quando somos feridos pelo outro, tendemos instintivamente a querer responder ao mal sofrido com outro mal ainda maior. Assim crescem as espirais de violência que alimentam guerras e tragédias infindáveis. Quais dores carregam aqueles que nos ofendem? Quem terá sido realmente culpado por essas dores? São perguntas que não sabemos responder e, na maior parte das vezes, nem nos cabe dar uma resposta. Contudo, os cristãos não fazem “revisionismos históricos”, jogando as culpas em outros para delas se isentar. Se um de nossos irmãos causou dor injustificada a outro, nós nos entristecemos por isso e nos sentimos no dever moral de nos solidarizarmos com as vítimas.

Não negamos as dores e os ressentimentos, justos ou injustos, que motivam as ofensas explícitas de que somos vítimas, como a desta ocasião. Porém, temos que afirmar, para os que as praticaram e para todos os demais, que não é assim que se superam os sofrimentos e que se constrói um futuro melhor. O mundo está cheio de mãos estendidas e de punhos crispados. Cada um encontra aquilo que procura: a mão estendida encontra outra mão estendida, o punho crispado encontra outro punho crispado.

As reviravoltas da história recente nos mostram que a vítima de ontem, hoje empoderada, se torna um algoz igual aos de ontem. A vingança, a ofensa e a violência não trazem a justiça, só multiplicam as opressões. Somente o perdão e a misericórdia podem nos reconciliar e construir um mundo mais justo. Afinal, sabemos que a salvação veio, para cada um de nós e para toda a humanidade, pelo sacrifício de um justo – e não pela vingança de um forte…

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2 Comentários
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Monica
Monica
3 meses atrás

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Lucas
Lucas
3 meses atrás

Temos sempre que nos lembrar dos enisamentos de Jesus, manso e humilde de coração.