A chegada do novo ano poderia ser vista como um simples fato de troca de folhinha ou de agenda. Em parte é assim e não devemos ter a ilusão de que a mudança de 31 de dezembro para 1o de janeiro seria capaz de renovar e mudar todas as coisas. Nada como um dia após o outro, mesmo na virada do ano velho para um ano novo.
No entanto, essa passagem tem um apelo motivador bem interessante, que pode ajudar a se posicionar de forma nova perante a vida, as tarefas e os deveres de cada dia. É momento para recobrar o sentido da esperança na vida e de apostar numa fase nova, com renovadas motivações e interesse para abraçar as belezas e desafios da vida. Para nós, que orientamos nossa vida pela fé em Deus e no Evangelho, o novo ano é ocasião para a renovação da confiança em Deus, providente e presente a todo instante em nosso caminhar. Não estamos abandonados ao capricho dos astros, das forças da natureza, nem de energias obscuras de elementos “das trevas”.
O Natal nos recordou mais uma vez de que Deus se fez humano e entrou na nossa história para caminhar conosco. Ele está no meio de nós e nos aponta todos os dias o caminho a seguir. Por isso, podemos viver sem temor e dedicar nossas forças ao serviço do próximo e a toda obra boa para edificar este mundo no bem. O ano será bom com a graça de Deus e com nosso esforço, colocando nossos dons a serviço uns dos outros e para vivermos a verdadeira justiça e fraternidade.
Em 2022, algumas grandes questões vão orientar a vida e as ações das comunidades da Igreja na nossa Arquidiocese e também no Brasil e no mundo inteiro. Antes de tudo, porém, é de se destacar que a primeira grande questão da Igreja, comunidade de fé, são suas “pequenas” ações de cada dia: o anúncio e a vivência da Palavra de Deus, a celebração dos mistérios da fé na Liturgia, a oração, as virtudes, sobretudo a prática da esperança e da caridade, vividas e testemunhadas de muitas maneiras. Esse é o programa permanente da vida e ação da Igreja. Podem mudar alguns enfoques ou destaques, mas a base permanece sempre a mesma. Oxalá, se conseguíssemos cumprir sempre bem esse ordi- nário da vida e missão da Igreja!
Entre os destaques e enfoques para 2022, temos o sínodo universal – “Igreja sinodal – comunhão, participação e missão”, cuja preparação e vivência segue em frente. O Papa Francisco nos indica um “caminho de conversão” da Igreja, chamada a ser mais e melhor aquilo que é próprio de sua natureza. Também ainda vivemos o Ano da Família, como ocasião para acolher e aprofundar mais as diretrizes da exortação apostólica Amoris laetitia. Nessa mesma linha, acontecerá o Encontro Mundial de Famílias, em Roma, no final de julho. Além disso, as constantes manifestações do Papa orientam a vida da Igreja e nos chamam ao tes- temunho cristão no mundo.
No Brasil, teremos a Campanha da Fraternidade sobre “Fraternidade e Educação”, tema da maior importância para promover maior dignidade e justiça na convivência social de nosso País. Evento grande deste ano, em âmbito nacional, será o Congresso Eucarístico de Recife (PE), em meados de novembro. As eleições majoritárias deste ano também são ocasião para que a comunidade cristã e cada membro da Igreja, como cidadão, ofereçam sua contribuição para a edificação de um Brasil melhor, com esperança e mais conforme aos valores do Reino de Deus.
No âmbito da Arquidiocese de São Paulo, o calendário pastoral prevê muitos momentos marcantes. Queira Deus que possamos caminhar para uma normalização maior das iniciativas e ações pastorais. A partir de Pentecostes, vamos retomar o 1o sínodo arquidiocesano, “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” de nossa Igreja na Metrópole. Inicialmente, retomaremos de maneira breve, em toda a Arquidiocese, o caminho sinodal já realizado, com o objetivo de discernir sobre os sinais de Deus que nos vieram também durante esse tempo de pausa.
A seguir, teremos a celebração da assembleia arquidiocesana do sínodo, que será o momento alto do nosso sínodo. Por providência de Deus, o sínodo arquidiocesano agora acontece no contexto da celebração do sínodo universal, ao qual o Papa nos chama. A assembleia sinodal deverá fazer o discernimento aprofundado sobre os “sinais dos tempos” e sobre “o que vimos e ouvimos” no caminho sinodal já feito até aqui; em seguida, deverá elaborar e propor as conclusões e diretrizes sinodais para toda a nossa Arquidiocese. Como o Papa Francisco sempre nos recorda, a Igreja é animada pelo Espírito Santo, que também é o agente principal do nosso sínodo. A ele devemos estar atentos na realização da parte que nos toca na vida e missão da Igreja.
maravilha mestre…..
2022 está repleto de motivações….. Dom Odilo , senti em toda minha vida cristã …. que já é hora de explicar aos leigos católicos, detalhes “dos sentidos das expressões” por exemplo ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS …. conheci Dr Deepak Chopra que ama JESUS CRISTO mas é Budista “cristão” onde gostei da explicação dele sobre isso, usando expressões de SANTO AGOSTINHO … Pai CRIADOR e filho CRISTO um DEUS VISÍVEL mas nós, criaturas… (Livre arbítrio … a liberdade plena… amor infinito…)
Sou seu fã DOM ODILO … ainda lembro o senhor lá em Casa (Cascavel) eu era pequeno eu me lembro…
abraço, José Carlos Schatzmann Bonatto