Nas paróquias da Arquidiocese de São Paulo, já está acontecendo a preparação da assembleia sinodal arquidiocesana. Com a graça de Deus, depois de dois anos de interrupção dos trabalhos do nosso sínodo, por causa da pandemia de COVID-19, estamos agora nos preparando para iniciar o momento mais importante do processo sinodal, que é a assembleia sinodal arquidiocesana.
A pré-assembleia, que já acontece nas paróquias, comunidades e organizações eclesiais de base, reunindo, sobretudo, os Conselhos Pastorais Paroquiais (CPPs) ampliados, tem o objetivo de suscitar um novo momento de participação e envolvi- mento amplo no sínodo. Após dois anos de parada forçada nos trabalhos, faz-se agora uma nova toma- da de consciência sobre o caminho já realizado e sobre as novas questões que a pandemia levantou para nossa missão evangelizadora. Dessa fase, esperam-se novas observações e contribuições para os trabalhos da assembleia arquidiocesana.
Faz parte dessa pré-assembleia a reunião ampliada dos CPPs, com a participação de todos os membros, chamando a participar também todas as lideranças de grupos e organizações eclesiais, pastorais e laicais das paróquias. A sugestão dada foi que esse reencontro das lideranças paroquiais acontecesse durante uma celebração da comunidade, a fim de que, nas paróquias, todos pudessem tomar consciência do trabalho sinodal já em curso. A “Igreja sinodal”, que o Papa Francisco está indicando a todos, supõe grande comunhão e participação de dons e carismas na vida da Igreja. Um segundo objetivo dos encontros da pré-assembleia é a nova tomada de consciência sobre a situação pastoral e religiosa de cada paróquia. Em 2018, foi feito um levantamento importante em cada paróquia da Arquidiocese pelos Párocos e responsáveis, sobre os registros, nos dez anos anteriores, feitos nos livros de Batismo, Casamento, Crismas, primeiras Comunhões, catequese, participação nas missas dominicais, formação de lideranças e outros elementos importantes, que permitem uma avaliação objetiva sobre o andamento da paróquia e sobre o que precisa ser mudado e “convertido” para melhor, para o cumprimento da missão da Igreja em nossa Arquidiocese. Esse levantamento foi muito revelador e deve levar cada paróquia a reflexões e decisões consequentes.
Da mesma forma, foi proposto para as reuniões da pré-assembleia que se tomasse em mãos, novamente, a pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral de nossa Arquidiocese inteira, feita igualmente em 2018. Essa pesquisa, feita com método científico e orientada por estudiosos e técnicos em estudos sociais e estatística da PUC-SP, reuniu uma montanha de informações, que ainda precisa ser mais bem estudada e analisada. No início do nosso sínodo, nos propusemos a “ouvir o que o Espírito diz à Igreja” em São Paulo (cf. Ap 2-3). O levantamento paroquial e a pesquisa de campo foram momentos importantíssimos desse “ver-ouvir” o que o Espírito Santo nos diz por meio da voz do povo e das circunstâncias. A assembleia sinodal arquidiocesana não poderá deixar de levar em consideração essas múltiplas vozes na elaboração das diretrizes sinodais. Elas são indicativas do caminho evangelizador e pastoral a ser seguido na fase pós-sinodal.
Finalmente, os encontros da pré-assembleia também devem se interrogar sobre as novas circunstâncias que envolvem a missão da Igreja, a partir da experiência difícil da pandemia e diante dos novos apelos de Deus, que nos vêm com a convocação do sínodo universal, feito pelo Papa Francisco. O nosso sínodo arquidiocesano – “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” – acaba se tornando parte de um caminho sinodal mais amplo, que envolve a Igreja inteira, chamada pelo Papa a ser uma “Igreja sinodal, em comunhão, participação e missão”.
Se alguém tivesse dúvidas se o nosso sínodo arquidiocesano ainda tem sentido após a convocação do sínodo universal pelo Papa Francisco, res- pondo sem titubear: o caminho sinodal que estamos fazendo na Arquidiocese de São Paulo não apenas manteve a validade, mas foi confirmado e está em sintonia com o esforço que a Igreja inteira é chamada a fazer para ser uma Igreja sinodal, com tudo o que isso significa. Para caminhar nessa direção, o nosso sínodo aponta a comunhão, a conversão e a renovação missionária como parte necessária do processo. Que o Espírito Santo nos conduza por esse caminho e que a semeadura feita agora, com o entusiasmo e o esforço participativo de todos, produza muitos frutos.