Em nossa saudação de “Feliz Ano Novo” de 2021, certamente desejamos a superação da COVID-19. Nem podia ser diferente: em 2020 nos acompanhou o pesadelo da pandemia e estivemos todos expostos ao contágio e ao risco da doença. Tantos ficaram doentes e outros tantos faleceram! Por isso, é mais que compreensível que desejemos saúde a todos no novo ano e que superemos, quanto antes, essa pandemia!
Temos bons motivos para esperar que sim, pois as vacinas para combater o vírus estão chegando. Para o Brasil, demoraram um pouco mais, mas estão a caminho. Agora é hora de organizar a vacinação, assim que houver a possibilidade. Os cientistas trabalharam muito, tantos testes feitos e certificações requeridas. Por isso, vamos tomar a vacina com coragem para a proteção de nossa saúde e a dos outros. Na medida em que diminuirmos o risco de contágio, o vírus terá menos chances de atacar. Tomar a vacina é questão de saúde, mas também de solidariedade e responsabilidade social.
É preciso, porém, realismo e paciência: a vacina não chegará a todos ao mesmo tempo e levará algum tempo até que todos estejam vacina- dos. Enquanto isso não acontecer, continuemos a tomar os cuidados indispensáveis para evitar o contágio: distanciamento, máscara, água e sabão e álcool em gel nas mãos. Mesmo para quem já estiver vacinado, isso será necessário, até que grande parte da população esteja imunizada. Esses esforços coletivos são necessários para cortarmos a corrente de contágio do vírus e para reduzirmos o quanto antes o número de doentes e falecidos, que já foram demasiados até agora!
Nós, contudo, também desejamos que o ano seja bom para tantas outras coisas: que a vida possa voltar ao seu ritmo normal, o povo possa retornar ao trabalho, pegar o ônibus e o metrô e se encontrar sem medo e sem o risco de ficar doente; que a economia retome um ritmo produtivo para diminuir o sofrimento e a angústia dos que tiveram seu em- prego e renda reduzidos ou corta- dos; que as escolas voltem a funcionar e os estudantes possam encher novamente as salas.
E as igrejas voltem a ficar cheias de gente para as celebrações de ado- ração, louvores e ação de graças a Deus. E nossas comunidades possam retomar a vida pastoral e as atividades de evangelização e caridade. Que possamos, ao longo deste ano, entesourar o que aprendemos durante a crise sanitária e colocar em prática o que ela nos ensinou. De fato, as ad- versidades do ano passado também nos instruíram muito sobre a prática de nossa vida cristã e eclesial. O modo de fazer pastoral e de evangelizar já não poderá ser o mesmo de antes da pandemia. Nossos métodos podem e precisam ser revistos.
Em nossa Arquidiocese, o ano pastoral começa com a festa de São Paulo, nosso padroeiro, dia 25 de janeiro. Ele nunca se deixou abater pelas dificuldades, mas, confiando em Deus, encontrava forças para continuar sua missão de testemunha de Jesus e do Evangelho, mesmo quando parecia que todas as portas se fechavam ou quando sua vida es- tava ameaçada. “Tudo posso Naque- le que me dá forças”, dizia ele. Essa também deve ser nossa convicção e atitude: tudo podemos, apoiados Naquele que nos chamou para o seu serviço!
Teremos, no dia 13 de fevereiro, na Catedral da Sé, a ordenação episcopal de Frei Carlos Silva, OFMCap, nomeado pelo Papa Francisco para ser Bispo Auxiliar de nossa Arquidiocese. Ele será encarregado, como Vigário-Geral e Vigário Episcopal, da Região Brasilândia. Assim, teremos a ajuda desse novo Bispo Auxiliar para animar e servir o povo de Deus e as comunidades e organizações da Igreja, junto com os demais seis bispos auxiliares.
Temos, também, o vivo desejo de retomar as atividades do sínodo arquidiocesano, tão logo isso seja possível. Temos pela frente a assembleia arquidiocesana do sínodo, que deverá congregar cerca de 400 membros, representantes de todas as expressões e organizações eclesiais de nossa grande Arquidiocese. A assembleia terá a missão de elaborar propostas para a fase pós-si- nodal, para fazer frutificar o sínodo em muitas formas de “comunhão, conversão e renovação missionária”. Enquanto não for possível reunir a assembleia, rezemos todos ao Espírito Santo, para que Ele nos ilumine nos passos que devemos dar no caminho sinodal.
Sendo este o primeiro artigo do ano em nosso jornal arquidiocesano O SÃO PAULO, renovo meus votos de proteção de Deus para todos e, pela intercessão de São Paulo Após- tolo, de Nossa Senhora da Assunção e São José, invoco sobre todos a bênção de Deus.