Um projeto emergencial de pastoral

O caminho pós-sinodal continua em nossa Arquidiocese e, agora, acaba de ser lançado o Projeto Emergencial de Pastoral 2024-2026 para toda a arquidiocese de São Paulo. Esta iniciativa foi fruto das assembleias arquidiocesanas de pastoral realizadas após a conclusão do sínodo, para acolher as diretrizes e propostas sinodais publicadas na Carta pastoral “Comunhão, Conversão e Renovação Missionária” (2023).

Essa assembleia, realizada em diversas etapas, recomendou, em maio de 2024, que fosse proposto um Projeto Emergencial de Pastoral, com uma síntese das propostas sinodais e, também, já aproveitando a nova forma de coordenar e acompanhar a vida pastoral da Arquidiocese, fruto do sínodo. Uma Comissão dedicou-se a elaborar a proposta do Projeto Emergencial de Pastoral, que foi aprovada e já foi publicada e encaminhada às coordenações arquidiocesanas, regionais, vicariais e decanais de pastoral.

Esse Projeto, partindo da memória da realização do 1º sínodo arquidiocesano, apresenta em breves traços as três dimensões que devem estar presentes em toda comunidade eclesial e constituem os grandes eixos de toda vida e missão da Igreja, que existe para anunciar, santificar e testemunhar o reino de Deus. A Igreja existe para anunciar o Evangelho e o faz de muitos modos; existe para promover a glória de Deus e a santificação das pessoas e do mundo, e o faz de muitos modos; e existe para testemunhar a vida nova em Cristo, conforme o Evangelho, e também o faz de muitos modos, mediante a sua vida de fé, esperança e caridade. Portanto, toda a vida, organização e ação da Igreja existem em função dessas três grandes dimensões da vida e missão da Igreja.

A organização pastoral da arquidiocese, a partir do sínodo, fica mais simplificada e mais orientada a partir dessa compreensão da vida e ação da Igreja. As pastorais, as organizações eclesiais e tudo o que se faz na Igreja e em nome dela deve contribuir para realizar de maneira equilibrada essas três dimensões: anunciar, santificar e testemunhar. Por isso, as “pastorais”, movimentos, associações, comunidades novas e outras organizações devem se perguntar: em qual dimensão contribuímos ou vamos contribuir na vida e missão da Igreja na Arquidiocese? E o acompanhamento pastoral, nas paróquias, decanatos, Regiões e na Arquidiocese, será feito a partir destes três enfoques: Comissão Anúncio, Comissão Santificação e Comissão Testemunho. Cabe a cada grupo e organização situar-se nessa “comunhão, participação e missão” eclesial.

Para cada uma das três Comissões, o Projeto Emergencial de Pastoral apresenta um objetivo geral e três objetivos operacionais, para levar à prática o objetivo geral. Tanto o objetivo geral como os objetivos operacionais de cada Comissão estão centrados nas diretrizes e propostas sinodais. Dessa maneira, as grandes questões levantadas pelo sínodo estão representadas nesses três objetivos gerais e nos nove objetivos operacionais do Projeto Emergencial.

O que cabe fazer, agora, para traduzir este Projeto Emergencial de Pastoral 2024-2026 em novas práticas nas paróquias, organizações pastorais, Decanatos e Regiões? A resposta é muito simples: tomar em mãos, estudar, compreender e organizar as iniciativas propostas para cada uma das três Comissões Pastorais, que devem existir em todos os níveis: paroquial, decanal, regional e arquidiocesano. Iniciar logo. E começar também, desde logo, a planejar as ações das três Comissões Pastorais para o ano de 2025. Ninguém espere que esse planejamento seja feito por alguém “de cima”: em cada nível de organização da vida pastoral, seja iniciado o processo.

Alguém perguntou: por que esse Projeto Pastoral é qualificado como “emergencial”? A resposta é esta: não temos tempo a perder. Quando acontece uma emergência em qualquer situação, corre-se logo para tomar as providências e não se fica esperando. O sínodo mostrou que temos uma situação pastoral de emergência e precisamos, com urgência, centrar nossos esforços nas dimensões eclesiais fundamentais. Não podemos dar-nos ao luxo de “esperar sentados”, ou de “esperar, para ver o que acontece”. Comecemos logo e com ideias claras, sem dispersar forças. Centremos os esforços naquilo que é essencial e o foco da vida e missão da Igreja.

Alguém outro perguntou ainda: por que somente para dois anos, 2024-2026? A resposta é esta: em Roma, está acontecendo o Sínodo universal e, uma vez concluído, haverá diretrizes novas importantes do Sínodo e do Papa Francisco para realizar bem a “comunhão, participação e missão”, que são próprias da Igreja sinodal. A própria CNBB está à espera dessas diretrizes sinodais, que ainda virão, para reorganizar suas diretrizes da ação evangelizadora e pastoral. Portanto, com tudo isso em mãos, esperamos que em 2026 possamos fazer um novo Plano de Pastoral da Arquidiocese, contemplando as diretrizes e propostas do nosso sínodo arquidiocesano e, também, as diretrizes do Sínodo universal. E teremos muito para fazer!

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