A quem iremos, Senhor?

Na Eucaristia, Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente no meio de nós, pela sua Palavra, e no seu corpo e sangue. Sabemos que participar da missa é viver outra vez a Paixão e a Morte redentora do Senhor. Trata-se de uma teofania, ou seja, o Senhor torna-se presente no altar para ser oferecido ao Pai pela salvação do mundo. Hoje, queremos manifestar nosso confiança e nossa entrega plena à Pessoa de Jesus, e como Simão Pedro, confessar nossa fé: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. 

Neste 4º domingo do mês vocacional, queremos recordar e rezar pelos ministérios e serviços laicais, em particular a vocação e a missão do catequista. Vamos agradecer pelos catequistas de nossas comunidades que acompanham, anunciam e testemunham a Boa Nova de salvação paras as crianças, jovens, adultos e famílias. A partir da comum vocação batismal, no caminho da santidade, somos chamados a ser verdadeiramente discípulos missionários de Jesus Cristo, na Igreja e no mundo, construindo o Reino de Deus. 

A Palavra de Deus nos ilumina e conduz. A primeira leitura, do Livro de Josué (Js 24,1-2a.15-17,18 b) nos recorda o belo e importante momento em que o povo é chamado à unidade em Javé, reafirmando a sua fé e servir o Deus que os libertou do Egito e lhes deu a liberdade, e assim caminhar rumo à terra prometida. Como naquele tempo, também nós hoje somos chamados a dizer e testemunhar com todas as nossas forças como fez Josué e sua família: “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. E nos perguntamos, a quem realmente queremos adorar e servir? Na fé e esperança, dizermos, nós também, serviremos ao Senhor, pois somente Ele é o nosso Deus. 

No Evangelho segundo São João (Jo 6,60-69), temos a conclusão do discurso sobre o Pão da Vida e os discípulos são convidados a tomarem uma decisão, a afirmarem sua fé, a partir do que ouviram e testemunharam. O seguimento de Jesus, o discipulado, é exigente e radical, e somente com os olhos da fé se pode aderir à proposta de vida do Senhor, Ele é o verdadeiro Pão da vida. A pergunta que Pedro faz – “A quem iremos?” – é a pergunta de todos nós – e a resposta é a única e confiável, entre tantas que podemos dar. Jesus é o Único, e suas palavras são de vida eterna, de plenitude. Não há margem para dúvidas: Jesus mesmo é a Palavra eterna. Todos nós somos hoje convidados a professar a fé, acolher o mistério divino que em Jesus se revela, Ele é o Filho do Homem, o Filho de Deus, e testemunhar e anunciar com alegria o que cremos e celebramos.

Na segunda leitura da Carta aos Efésios (Ef 5,21-32), vemos que a relação de amor entre Cristo e a Igreja deve ser considerada o modelo das relações conjugais e comunitárias, na solicitude de uns para com os outros. Todos somos membros do Corpo de Cristo, logo todos são importantes, o comprometimento cristão é baseado no serviço e no amor. O mistério da união entre Cristo e a Igreja é muito grande e não existem palavras para defini-lo. A analogia com o Matrimônio é apenas uma tentativa de compreendê-lo melhor para melhor servir no Reino de Deus: “Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja”. Pois somente Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, a quem devemos ir para alcançar a plena vida, a vida eterna.

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