Assunção de Nossa Senhora

No mistério da Assunção, Maria Santíssima, a mais perfeita das criaturas humanas, é elevada em corpo e alma à glória do Céu. O livro do Apocalipse descreve uma cena surpreendente: uma mulher vestida de Sol, com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça, a Lua a seus pés. Ela chega ao Céu e causa alvoroço: quem é esta? Uma mulher tão formosa! Ela é a criatura mais perfeita que passou por este mundo: é Imaculada, concebida sem pecado e cheia de graça. Elevada ao Céu, é recebida pelas Três Pessoas da Santíssima Trindade. Depois, é coroada como Rainha do Céu: Mãe de Jesus Cristo, Rei do Universo. Ela surpreende os anjos dos céus, porque, como diz o Salmo, “o rei está encantado com a tua formosura” (Sl 44,12). 

Como prêmio por sua fidelidade, Deus, em seu divino poder e em retribuição à sua generosidade, quis mantê-la em sua completa integridade de corpo e alma. Seu corpo puro, o primeiro e o mais santo templo do Verbo encarnado, não sofreu a menor alteração, conservando sua mais fina integridade. 

A Assunção em corpo e alma para o Céu foi com um coroamento das suas prerrogativas: sendo isenta da corrupção do sepulcro e ingressando em corpo e alma na Glória, recebe o prêmio não só na alma, mas, também, no corpo. 

No dia 1o de novembro de 1950, o Papa Pio XII definiu como dogma de fé que “a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta à glória celestial em corpo e alma” (constituição apostólica Munificentissimus Deus). Desde os primórdios da Igreja, os cristãos tiveram a convicção de que Santa Maria não experimentou a corrupção do sepulcro, mas foi levada em corpo e alma aos Céus. Como escreve um antigo Padre da Igreja: “Convinha que Aquela que guardara ilesa a virgindade no parto conservasse o seu corpo imune de toda a corrupção mesmo depois da morte. Convinha que Aquela que trouxera no seu seio o Criador feito criança fosse morar nos tabernáculos divinos […]. Convinha que Aquela que tinha visto o seu Filho na cruz e recebido no seu coração a dor de que estivera livre no parto o contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao seu Filho e fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Escrava de Deus” (São João Damasceno, Homilia II na dormição da Bem-aventurada Virgem Maria, 14).              

Vamos fazer nossa a oração mariana mais antiga: “À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as súplicas que em nossas necessidades vos dirigimos, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, oh Virgem Gloriosa e Bendita”. Vamos acolher-nos à sua proteção. Ela nos ama com seu Coração Imaculado, Ela é mãe de doçura, Ela nos dirige seus olhos misericordiosos e nos prepara um lugar no Céu, junto de seu Filho Jesus. Se temos medo, ela nos protege. Se nos sentimos fracos, a nossa Mãe nos anima e fortalece. Vamos suplicar a sua proteção nas horas difíceis: pelo cansaço e falta de disposição para enfrentar um trabalho, uma dor, uma dificuldade. Vamos invocar o seu doce nome, Maria. Vamos manter a devoção da recitação diária do Terço, petição de crianças pequenas à sua mãe.

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