Estamos concluindo o mês de maio, tempo caracterizado pela devoção mariana. São muitas as manifestações de afeto do povo para com a Mãe de Deus, Mãe de Jesus e nossa, Mãe da Igreja. A oração do Santo Rosário, por exemplo, nos coloca dentro do mistério da salvação em Jesus Cristo, com a presença de Maria, na vida eclesial. De tantos modos e formas, expressamos nosso amor filial à Virgem Santíssima. Por Jesus, na Cruz, nos foi dada por Mãe, e a Ela nos confiou como filhos e filhas amados. E podemos dizer com tanta piedade: “Vossos olhos misericordiosos a nós volvei”.
Sabemos que toda a vida de Maria é entrega e cooperação incondicional ao Espírito Santo. Seu “sim” permitiu a Encarnação do Verbo, esperado por toda a humanidade. Em seu “sim” coerente e perseverante, Maria passou pela pobreza, pela perseguição e pelo exílio. E seu “sim” acompanhou seu Filho Jesus Cristo no caminho da redenção. Tudo isso a faz figura da Igreja peregrina na fé, que neste mundo, como em um “vale de lágrimas”, vai caminhando com esperança. Maria compreende e acolhe a nossa dor, porque ela viveu intensamente a dor e expressou sua solicitude maternal diante do sofrimento humano e da morte. É a Mãe da misericórdia, cheia de graça, a quem recorremos dizendo: “Ave, Maria”.
Contemplemos Maria, a Virgem e Mãe orante. Assim nos aparece Ela na visita a Isabel, mãe do Precursor, João Batista, quando o seu espírito se manifesta em expressões de glorificação a Deus, de humildade, de fé e de esperança. Como não se encantar com o maravilhoso hino do Magnificat, e dizer com Maria: “A minha alma engrandece o Senhor” (cf. Lc 1,46-55). É a oração por excelência de Maria, o cântico dos tempos messiânicos, tempos de paz e alegria, nos quais confluem a exultação do antigo e do novo Israel. Podemos dizer que Maria, exultante de alegria, profetiza o novo tempo da salvação. Esse cântico da Virgem Santíssima, na verdade, prolonga-se, torna-se oração da Igreja inteira, em todos os tempos, na história da humanidade.
Maria aparece em oração em Caná da Galileia, onde, ao manifestar ao Filho, com imploração delicada, uma necessidade temporal, obteve também uma graça maior. De fato, Jesus, ao realizar o primeiro dos seus “sinais”, confirmou os discípulos na fé (cf. Jo 2,1-12). Sua atenção materna e cheia de ternura nos conduz a Jesus, pedindo-nos fazer sempre o que Ele nos disser, aquilo que ensinar. Mãe que nos conduz ao Filho para alcançar todas as graças e bênçãos do céu.
Também a última passagem biográfica relativa a Maria nos fala da Mãe em oração no Cenáculo. Os Apóstolos “perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1,14). Presença orante de Maria na Igreja nascente, e na Igreja de todos os tempos. Assunta ao céu, continua sua missão de intercessão e auxílio dos pecadores.
Vamos rezar com fé, seguindo o exemplo de Maria, que se dirigia a Deus Pai com amor, a ponto de dizer “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”. Que nossa oração seja sempre o cumprimento do projeto de Deus em nós, e digamos com esperança: “Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo”. Assim seja. Amém!