Na Igreja do Brasil, temos uma bela tradição, o Mês Vocacional, vivido e celebrado todos os anos, em agosto. Um tempo muito especial de oração e promoção de todas as vocações. Um tempo para construir e consolidar uma cultura vocacional nas famílias, nas comunidades eclesiais e na sociedade. Somos, pois, todos convidados, em particular neste mês, a rezar intensamente para que na Igreja, e no mundo, não faltem os bons operários e operárias da messe do Senhor. É sempre bom recordar que a palavra “igreja” – ecclesia – significa assembleia de pessoas chamadas, convocadas, para formar a comunidade dos discípulos e discípulas missionários de Jesus Cristo. Nesse sentido, na diversidade e complementaridade das vocações, temos o compromisso de viver e testemunhar o amor do Senhor, que tanto nos amou, e espalhar por toda a parte a Boa Nova do Reino de Deus.
Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada, propõe um tema tão belo e significativo, “Igreja, uma Sinfonia Vocacional”, e como lema “Pedi, pois, ao Senhor da Messe” (cf. Mt 9,38). A inspiração veio da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações de 2023, que assim diz:
“Na Igreja, somos todos servos e servas, segundo diversas vocações, carismas e ministérios. A vocação ao dom de si próprio no amor, comum a todos, desenvolve-se e concretiza-se na vida dos cristãos leigos e leigas, empenhados a construir a família como uma pequena igreja doméstica e a renovar os diversos ambientes da sociedade com o fermento do Evangelho; no testemunho das consagradas e consagrados, entregues totalmente a Deus pelos irmãos e irmãs como profecia do Reino de Deus; nos ministros ordenados (diáconos, presbíteros, bispos), colocados ao serviço da Palavra, da oração e da comunhão do Povo santo de Deus. Só na relação com todas as outras é que cada vocação específica na Igreja se revela plenamente com a sua própria verdade e riqueza. Nesse sentido, a Igreja é uma sinfonia vocacional, com todas as vocações unidas e distintas em harmonia e juntas ‘em saída’ para irradiar no mundo a vida nova do Reino de Deus”.
Toda a Igreja, como uma bela sinfonia vocacional, é chamada a ser e a expressar na ação evangelizadora, na comunidade eclesial, a riqueza e diversidade de seus dons e ministérios, na plenitude daquilo que constitui e identifica o mesmo Povo de Deus. Como indicado na citação anterior do Papa Francisco, a Igreja no Brasil em quatro semanas recorda os ministros ordenados e reza: por eles, pela vocação matrimonial/familiar, pelos religiosos consagrados, pelos ministérios laicais, na vocação comum de todos os cristãos leigos e leigas. Na perspectiva do Ano Jubilar 2025, este 2024 é o Ano da Oração. Nada melhor do que voltar ao mandato evangélico – “Rogai, pois, ao Senhor da messe”. Ao escutarmos este comandamento explícito de Jesus, o Bom Pastor, diante da multidão cansada e abatida como ovelhas sem pastor, somos todos convocados a nos unir em oração e na promoção de todas as vocações. Que a unidade fraterna – a comunhão de irmãos – possa gerar discípulos missionários que se disponham a amar e servir, partilhando seus dons e talentos para o bem de todo o povo de Deus. Que seja um mês vocacional de muitas graças e bençãos.
