Natal, tempo do discernimento

A jornada do Tempo do Advento, proposta ao longo de quatro semanas, nos colocou na senda da importante preparação para a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como à oportunidade da real celebração de sua primeira vinda. Agora chegamos à grande festa do Natal, um dos momentos altos da nossa liturgia. O prefácio da missa da véspera dessa solenidade apresenta a tônica deste tempo: reconhecer em Jesus o Deus visível a nossos olhos, bem como aprendermos a amar n’Ele a divindade que não se vê. 

O Natal cristão não é a festa do comércio, mas, antes, é o tempo do discernimento. Certamente, celebrar o Natal nos insere na dinâmica de ouvir uma voz absoluta e verdadeira no meio de tanto vozerio ilusório deste tempo presente. Ao vislumbrarmos a Virgem Maria, é possível constatarmos o testemunho de quem soube discernir a voz de Deus e assumiu a grande tarefa de ser a mãe de Nosso Salvador. Também podemos olhar para os Reis Magos que, diante de tantas vozes, não se escandalizaram pela pobreza do ambiente onde nasceu o Menino Rei e ali se puseram de joelhos e O adoraram. 

Muito mais do que uma ceia opulenta ou da troca de presentes caros, que muitas vezes ficam amontoados em nossos armários, o tempo do Natal deveria ser vivido como nos indicou recentemente nosso Papa Francisco: com menos presentes e mais compaixão. Este é o tempo de contemplarmos Jesus, sentirmos o amor de Deus por nós, mas também de percebermos que Deus está conosco e nós estamos com ele (cf. Admirabile signum 10).

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