No ônibus de Abraão

Quando falamos de Simão Pedro e sua vocação, falamos da Igreja de Jesus Cristo. O Criador quis formar um povo que comungasse das coisas do Alto e O servisse. O pecado, porém, impediu que houvesse a comunhão sonhada no coração de Deus. Mas Ele não desistiu de nós: chamou Abraão e revelou-se como Criador. Abraão acreditou na revelação, caminhou na fé e Deus o constituiu pai de um povo. É a Igreja que nasce! Igreja vem do termo grego ekklesía: chamar de fora, convocação. Deus convocou Abrão e sua descendência.

O Novo Testamento empregou ekklesía referindo-se a uma nova aliança do povo de Deus. Jesus também “cria” seu povo: chama, ensina, dá força, reveste de inúmeras graças e derrama o Espírito Santo para que a obra seja eterna. Jesus cria a Igreja e convoca Pedro para que a lidere. A autoridade de Pedro nunca foi questionada, nem por Paulo, que era mais “letrado”. Pedro é Francisco! Rezemos por ele.

Na Igreja instituída pelo Senhor, existe uma doutrina. Andamos no mesmo trilho de fé. Em qualquer lugar do mundo, os católicos professam a mesma fé. E você que parou para “espiar” essas linhas é verdadeiramente filho(a) e herdeiro(a) da Promessa. Deus o(a) chamou a ser católico(a), estar na Sua casa, conhecer toda a verdade e participar da mesa da Eucaristia.

De tão utilizado o termo “Igreja”, infelizmente está um pouco deteriorado: se criam tantas “igrejas”, para deturpar algo tão sublime. Certamente, é uma ação do inimigo que confunde as pessoas e desonra, degrada e desmoraliza o nome de uma instituição sagrada. É desprezível o que se faz com o nome santo do Senhor!

O ano era 2009, em Londres, na Inglaterra. No vidro traseiro de um ônibus, apareceu um cartaz: “Provavelmente Deus não existe. Então, pare de se preocupar e aproveite a vida”. A ideia se espalhou pela cidade, por outros ônibus, e chegou a outras capitais da Europa.

Quero falar do livro “9 Ateus Mudam de Ônibus”, do escritor espanhol José Ramón Áyllón, que mostra como cientistas, escritores, professores tomaram um novo rumo na vida. O sofrimento ou uma grande alegria os fez mudar de direção. A conversão aconteceu das maneiras mais diversas: após pesquisas sobre a Sagrada Escritura; por uma “ventania de fé” nascida aleatoriamente; ou lendo a biografia de algum santo.

Deus existe e vive! É o Criador, o sustentáculo, o início e o fim de tudo o que se pode ver, tatear, experimentar. Nosso Deus invisível existe, assim como há um compositor por trás de uma sinfonia ou um pintor por trás de um quadro. Deus tem seus caminhos para chegar aos corações: alcança a vida de homens e mulheres de boa-vontade, os que Lhe dão permissão, no dia e hora em que as pessoas estiverem dispostas a mudar de ônibus.

Caro irmão, pule para fora do ônibus desgovernado! Venha conosco para o comboio da fé, rumo aos braços do Pai.

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