Tempo pascal, um caminho vocacional

Vivemos o Tempo Pascal, a alegria de Cristo Ressuscitado nos faz ser seus fiéis discípulos missionários. Estamos em pleno 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que tem por tema “Vocação: Graça e Missão”, e por lema, “Corações ardentes, pés a caminho”. O texto do Evangelista Lucas (Lc 24,13-35), sobre os discípulos de Emaús, que dá origem ao lema deste Ano Vocacional, nos recorda a presença do Cristo que vive, faz o coração dos discípulos arderem quando lhes fala das Escrituras, e estes se colocam a caminho. Ao reconhecerem Jesus na partilha do pão, rapidamente voltam para Jerusalém e confirmam que Cristo está vivo e, assim, manifestam a missão que vem do Ressuscitado.

Sabemos que esse texto é paradigmático, isto é, um modelo que devemos seguir e uma referência para a nossa ação evangelizadora, a missão eclesial; uma Igreja que caminha junto, como Jesus caminhou com os dois discípulos, tendo por fundamento a Sagrada Escritura e a Eucaristia. Incapazes de entender o sentido de tudo o que havia acontecido, se retiram de Jerusalém, se afastam do grupo dos discípulos. Mas Jesus percorre o caminho com eles, se faz de forasteiro, dialoga sobre os acontecimentos, e, com paciência, escuta para ajudá-los a reconhecer o sentido dos fatos. Com afeto, interpreta as Escrituras, aceita o convite e entra para cear com eles, faz arder-lhes o coração e iluminar as mentes, e na fração do pão os olhos finalmente se abrem e o reconhecem. Ao voltarem rapidamente para Jerusalém, anunciam Cristo Ressuscitado e, com os demais, continuam a missão com a comunidade.

Caminhar juntos e ajudar a discernir o chamado de Deus, o seu projeto sobre cada um, é a missão da pastoral vocacional. Isto é, ajudar cada pessoa no discernimento da vocação, e descobrir qual o caminho concreto para realizar o projeto de vida ao qual Deus o chama, por Jesus Cristo, na ação do Espírito. Sabemos que o serviço vocacional dever ser como a alma da evangelização da Igreja, colocar-se em estreita relação com ela e a educação da fé. Trata-se, pois, de um itinerário de fé que leve ao encontro pessoal com Cristo. Assim como fez Jesus no caminho de Emaús, no diálogo profundo, colocando-se ao lado, como processo que leva verdadeiramente ao essencial, que é o seguimento, razão primeira e última de toda vocação. Eis a importância do serviço pastoral eclesial, da comunidade que acolhe e acompanha. Em particular da família, que, na sua missão específica, é chamada por primeiro, com alegria e responsabilidade, a ser animadora vocacional de seus filhos, ajudando-os a abrirem o coração, para doarem a sua vida por Cristo no serviço aos irmãos.

Neste tempo pascal, de alegria e esperança, vamos rezar e promover as vocações. E a oração constitui, como ensinou o mesmo Jesus (Mt 9,38-39), o primeiro e insubstituível serviço que podemos oferecer à causa das vocações. A vocação é sempre dom de Deus, o chamado e a resposta à mesma vocação só podem ressoar e fazer-se ouvir, antes de tudo, na oração, em uma comunidade de fé, a serviço dos irmãos.

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