Todos somos responsáveis pela missão apostólica da Igreja

No Evangelho do 15º Domingo do Tempo Comum, vemos que Jesus chamou os 12 Apóstolos e os enviou dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado, nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura, que andassem de sandália e não levassem duas túnicas (cf. Mc 6,7-13). E eles voltam vibrantes. Devemos sentir-nos como se sentiram aqueles primeiros discípulos que – depois de ver Jesus realizar milagres e pregar com autoridade – também foram destinados a preparar as cidades e aldeias por onde Ele deveria passar.

Penso que a nossa missão consiste em preparar as pessoas para acolherem a chegada de Cristo. Jesus coloca condições de desprendimento: “Não leveis nem pão, nem sacola, nem duas túnicas” (Mc 6,9). Por que Jesus faz essa exigência? Para que os Apóstolos e também nós coloquemos a nossa confiança não nos apoios humanos, mas no poder da graça de Deus. Quando estamos desprendidos ou até carecemos de bens materiais, nós nos encontramos muito mais dependentes de Deus, mais necessitados da sua graça. Deus não tem por que abençoar pessoas acomodadas. Os apegamentos impedem a união com Deus porque nos prendem às coisas materiais, ficamos amarrados e não conseguimos ter a soltura necessária para falar de Deus. Os Apóstolos aprenderam a viver desprendidos dos bens terrenos e se tornaram ricos com os dons do Céu. Assim, Simão Pedro e João dizem ao paralítico que lhes pede uma esmola: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda” (At 3,6).

Os Apóstolos receberam a sua missão e doaram suas vidas para a difusão do Evangelho em todo o mundo antigo. Hoje, se nós conhecemos Jesus, devemos à sua generosa correspondência. Agora nós somos os responsáveis pela missão apostólica. Todos os fiéis batizados também receberam uma vocação para a santidade e para o apostolado. Por isso, podem aplicar-se a eles as palavras de São Paulo aos cristãos de Éfeso, recolhidas na segunda leitura do 15º Domingo do Tempo Comum: “O Senhor escolheu-nos antes da constituição do mundo para que fôssemos santos e imaculados na sua presença, pelo amor” (Ef 1,4). Graças ao Batismo e à Confirmação, todos os fiéis cristãos são “linhagem escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo de conquista” (1 Pe 2,9). Como ensina o Concílio Vaticano II, “já que é realmente característico do estado dos leigos viver em meio ao mundo e aos negócios seculares, são eles chamados por Deus para, abrasados no Espírito de Cristo, exercerem o apostolado a modo de fermento no mundo” (decreto Apostolicam Actuositatem, 2). Podemos aproveitar os nossos laços de amizade e os encontros com as pessoas mais próximas, por exemplo, por ocasião do trabalho, para falar de Deus a cada uma delas. Será um bom propósito para colaborarmos pessoalmente na missão de evangelizar, que Jesus nos confiou: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,14).

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