Jesus é Deus que está conosco e inicia uma nova história. Por Ele, a humanidade será salva. O nome Jesus significa “Deus salva”… do pecado, de tudo o que diminui e destrói a vida e a liberdade.
Nos 17 primeiros versículos do capítulo primeiro, o evangelista Mateus trouxe a genealogia de Jesus. Agora, apresenta três personagens centrais deste nascimento: o Emanuel, Filho de Deus, que assume a condição humana; Maria de Nazaré, esposa de José, mãe de Jesus por ação do Espírito Santo; e José, da casa de Davi, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Quero acentuar uma coisa muito importante: a obediência. José e Maria obedecem ao plano indicado por Deus. Para obedecermos a Deus é necessário que tenhamos a abertura de espírito, a coragem de “espiar” a vida com um novo olhar; necessitamos ver o mundo por outras janelas.
Enquanto escrevo, me vêm à lembrança algumas janelas de minha infância. Lembro da neve. Meu pai cantando (quando cantarolava, eu sabia que estava feliz). A família unida, e em paz. E eu, olhando pela janela. Nos dias mais duros de inverno na Serra Gaúcha, as crianças só veem o mundo pela janela.
Não existe apenas uma janela pela qual possamos ver a realidade. Há janelas que se abrem para o passado: essas não podemos modificar. Há janelas que se abrem para as surpresas. A vida é curta demais para ser gasta olhando o que não deu certo. Olhemos pela janela onde se vê a festa. Tem a janela do sofrimento, mas tem a da superação. A escritora gaúcha Martha Medeiros, disse: “Um dia, a gente acorda, os livros nos acordam, um anjo nos acorda, e somos avisados: não adianta mais olhar para trás. É ir em frente ou nada!”. Não há inverno que não termine.
Jesus ensina a olharmos a vida pela janela da misericórdia. Seu amor é maior que nosso pecado. Quando as limitações humanas parecem definitivas, surge o milagre da graça de Deus. É a história do grão de trigo que passa pela solidão, frio e escuridão da terra, mas que um dia explode no milagre da vida que se renova. O poeta Jayme Caetano Braun escreveu: “No casulo, um ser, entre silêncio e trevas, cria asas para voar”. Nas situações limites, podemos proclamar: a última palavra ainda não foi dita! Fechemos as janelas das limitações humanas. Abramos as janelas da esperança. Às vezes, nos fixamos demais na janela da tristeza. Deus quer nos conduzir para outras janelas, as que se abrem para o infinito. Somos amados por Ele: nos sintamos felizes. Tantas vezes, por entre lágrimas, eu sei.
Se, neste ano, nem tudo saiu como queríamos, não desanimemos! O amor de Deus é mais forte, vai além de nossas traições. Que alegria viver com vocês mais um Natal! Não nos esqueçamos de Nossa Senhora: sua presença silenciosa amplia nossa certeza, renova a esperança e prepara nossa alma para a chegada do Salvador. Maranathá!