Neste ano, a solenidade do martírio de São Pedro e São Paulo, dia 29 de junho, coincide com o domingo. Será uma ocasião especial para que todas as comunidades da Igreja rezem fervorosamente pelo Sucessor de Pedro e por sua missão de conduzir a Igreja na unidade, na caridade e na missão. É também o “dia do Papa”, quando a Igreja inteira se unirá mais estreitamente ao Papa Leão XIV para manifestar por ele sua homenagem, respeito e reconhecimento.
Leão XIV, escolhido recentemente pela Providência para sua tão importante missão, celebrará pela primeira vez a solenidade de São Pedro e São Paulo no seu pontificado. Ele terá o afeto dos católicos do mundo inteiro e estará rodeado pelo povo da sua diocese de Roma e por uma multidão de peregrinos do mundo inteiro. Entre eles, estarão muitos bispos e cardeais, que concluem a sua peregrinação jubilar aos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo. E os arcebispos novos, nomeados desde a comemoração dessa solenidade em 2024, receberão o pálio arquiepiscopal das mãos de Leão XIV.
O Papa tem na Igreja a missão que Jesus confiou, inicialmente, a Pedro: confirmar na verdadeira fé os discípulos, manter unida na fé e na caridade a comunidade dos fiéis e “apascentar as ovelhas do rebanho de Cristo” (cf. Jo 21,15-17). Apascentar significa cuidar para que nada falte às ovelhas, defendê-las contra os perigos, conduzi-las, ter a atenção voltada especialmente para as ovelhas mais vulneráveis e necessitadas do rebanho de Cristo. É ser o “pastor visível” em nome do “Pastor invisível”, a quem as ovelhas pertencem, e pelas quais Ele não hesitou em entregar a vida, para que as ovelhas tivessem vida (cf. Ez 34,11-16; Jo 10,11-16).
Concretamente, isso significa que o Papa precisa cuidar do bem da Igreja como um todo: promover a evangelização “pelo mundo inteiro”; promover a vida litúrgica, para que não faltem aos fiéis os bens espirituais; prover de pastores as Igrejas particulares por toda parte, escolhendo e nomeando bispos; promover a caridade para com os necessitados, mediante a prática das obras de misericórdia. E mais ainda: ele tem a missão de fazer ouvir a voz da Igreja nos diversos espaços da vida social, cultural, política e econômica e das muitas realidades humanas do mundo. Ele é o grande evangelizador, que anuncia o evangelho da vida, da dignidade humana, da justiça e da paz entre os povos. O espaço da missão do Papa é o mundo inteiro, não importando as religiões ou convicções.
É imensa a missão do Papa, que ele só consegue exercer com a ajuda de Deus e nossa oração e apoio. Por certo, ele não é o único na Igreja que tem essa missão. Com ele, os bispos unidos a ele o fazem em cada diocese e nas realidades locais; as Conferências Episcopais e outros organismos eclesiais nas diversas regiões e países do mundo também o fazem, segundo a sua competência própria. E cada comunidade local e paróquia, unida ao seu pároco, também o devem fazer, em comunhão com o Papa e os bispos. Mas o Papa é quem, em última análise, dá as diretrizes a serem seguidas pela Igreja, convoca-a e a envia sempre de novo em missão.
Como católicos, devemos cultivar algumas atitudes em relação ao Papa. Antes de tudo, a oração constante por ele. De fato, nós o fazemos em cada celebração da Eucaristia, quando o nome do Papa é citado explicitamente após a consagração. Desde os tempos apostólicos, esse é um belo costume na Igreja. Nos Atos dos Apóstolos, lemos que, quando Pedro estava preso e o rei Herodes queria apresentá-lo ao povo, provavelmente para o condenar à morte, “a Igreja rezava continuamente a Deus por Pedro” (At 12,5). Além de rezar, nós devemos respeito, estima e obediência ao Papa e aos seus ensinamentos, mesmo quando não se trata da definição de verdades de fé. A palavra do Papa sobre questões de fé, moral e normas da Igreja deve ser levada em consideração sempre. Somente assim, a Igreja pode manter-se unida e caminhar serenamente no cumprimento de sua missão.
No Dia do Papa, os católicos do mundo inteiro são convidados a fazer um gesto concreto de apoio à missão do Papa, mediante a coleta do Óbolo de São Pedro. O Papa exerce a sua missão com a ajuda de muitos colaboradores diretos nos diversos Dicastérios e Organismos da Santa Sé. Ele conta com uma grande organização de serviços e iniciativas no exercício de sua missão. Além disso, ele está atento às mais diversas situações de sofrimento e necessidades humanas, no mundo inteiro, que ele procura socorrer e aliviar, de algum forma. E socorre as Igrejas locais, sobretudo em áreas de primeira evangelização, que ainda não possuem recursos para sua própria vida e missão. A missão da Igreja também requer recursos materiais.
A coleta do Óbolo de São Pedro é a expressão concreta do apoio dos católicos à missão do Papa. E, também, é expressão da nossa consciência eclesial de que somos uma única grande família, que não se fecha às necessidades dos outros membros da família, nem aos apelos do chefe de família, para poder cuidar bem da sua missão. Nosso amor à Igreja também se expressa, concretamente, por meio desse gesto de partilha e corresponsabilidade.