Partindo dessa passagem da Escritura, quero falar sobre a importância da figura paterna na vida dos filhos. Em agosto, nós nos lembramos, de maneira especial, dos papais e, como filhos, devemos estar atentos ao que diz ainda a Palavra de Deus: “Meu filho, guarde os preceitos de seu pai e não despreze o ensinamento de sua mãe” (Pv 6,20); e ainda:“Honra pai e mãe” (Mt 15,4).
Os pais devem ser imagens do Pai eterno; por isso, a exemplo de São José, os pais cristãos sejam conscientes de quanto seu testemunho de amor e fé é importante para os filhos e o relacionamento deles com Deus. Assim como nosso Pai ama, educa, protege e sustenta os seus filhos e cuida deles, os pais são chamados a amar, educar e proteger os seus, além de cuidar deles. Acolheram o dom da vida ao acolherem os filhos, e agora são chamados a nutrir e proteger este precioso tesouro, transmitindo-lhes tudo o que é necessário para que um dia possuam uma sadia autonomia, assumam o rumo de suas próprias vidas e transmitam aos seus descendentes os valores cristãos, ajudando, assim, a construir um mundo melhor e mais justo: “Eduque o jovem no caminho a seguir, e até à velhice ele não se desviará” (Pv 22,6) – tal tarefa não é fácil, sobretudo em um mundo hostil ao Evangelho, contudo é necessária.
Mas, como educar? Com amor, mansidão e assertividade: “Pais, não deem aos filhos motivo de revolta contra vocês; criem os filhos, educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor” (Ef 6,4). O Papa Francisco ensinou: “É verdade que deves ser ‘companheiro’ do teu filho, mas sem esquecer que és o pai! Se te comportas só como um companheiro igual ao teu filho, isto não será bom para o jovem” (Catequese proferida na Audiência Geral de 28/01/2015). E ainda: “Um pai bom sabe esperar e perdoar, do profundo do coração. Sem dúvida, também sabe corrigir com firmeza: não se trata de um pai fraco, complacente, sentimental. O pai que sabe corrigir sem aviltar é o mesmo que sabe proteger sem se poupar” (Catequese proferida na Audiência Geral de 04/02/2015). Agindo com sabedoria, o pai poderá, no futuro, alegrar-se com seus filhos, e afirmar como o apóstolo: “Para mim, não há maior alegria do que saber que meus filhos vivem na verdade” (3 Jo 1,4).
O Papa também enfatizou a presença dos pais na vida dos filhos: “O problema nos nossos dias não parece ser tanto a presença invasiva dos pais, mas, ao contrário, a sua ausência, o seu afastamento”. E acrescentou: “(…) a ausência da figura paterna da vida das crianças e dos jovens causa lacunas e feridas que podem até ser muito graves” (Catequese proferida na Audiência Geral de 28/01/2015).
Entre as responsabilidades dos pais cristãos está a transmissão da fé: melhor e mais importante herança que um pai pode deixar para os filhos. O pai que vive sua fé também será capaz de transmiti-la aos filhos, e sabe que pode contar com o auxílio da graça de Deus que, quando nos dá uma missão, também nos dá a graça para cumpri-la. E é dos lares permeados pela fé que surge um terreno fértil para o florescimento de vocações autenticamente cristãs.
O mês de agosto é dedicado também à oração pelas vocações sacerdotais, religiosas e leigas, bem como pelas famílias. A vocação é um chamado de Deus para nos colocarmos a serviço Dele e dos irmãos, com os dons e carismas de que Ele nos dotou, pois somos depositários dos dons de Deus para os irmãos e eles o são para nós.
Jesus disse que a messe é grande e os operários são poucos, e pediu-nos que rogássemos ao dono da messe que envie mais operários (cf. Mt 9,37). Rezemos, portanto, para que o Senhor toque o coração de nossos jovens, de modo que O sigam, consagrando suas vidas ao Reino de Deus para a edificação da Igreja, por meio da vocação sacerdotal e religiosa. Rezemos também para que todos os fiéis leigos, como batizados, tomem consciência de seu papel e vocação como corresponsáveis na missão.