Jesus Cristo, aquele que nos ama como ninguém

Jesus Cristo nos ama como ninguém porque é Deus e nenhuma pessoa humana consegue nos amar de forma perfeita; Ele sim. O Tempo Pascal é o momento especial do ano para lembrarmo-nos disso, experimentá-Lo em nossas vidas e agradecer-Lhe! Se fizermos isso, sairemos deste tempo diferentes…

O que significa que Jesus nos ama de forma inigualável? Explica-o muito bem um dos Padres e Doutores da Igreja dos primeiros séculos, Santo Atanásio (296-373 d.C.), que foi o vigésimo Arcebispo de Alexandria no Egito. Seu episcopado durou 45 anos, dos quais 17 passou exilado, em cinco ocasiões diferentes e por ordem de quatro imperadores romanos diferentes, por causa de sua luta contra a heresia ariana que negava que Cristo era Deus que se encarnou (Nn 2-5:pgs. 26, 987-991):

Deus, que é imortal, não veio para salvar-se a si mesmo; veio para libertar-nos, a nós que estávamos mortos. Também não padeceu por sua causa, mas por nossa causa. Assumiu a nossa insignificância e miséria para nos prodigalizar suas riquezas. A sua Paixão é a nossa impassibilidade (apatheia, que significa serenidade e paz). A sua morte, nossa imortalidade. As suas lágrimas, a nossa alegria. A sua sepultura, nossa ressurreição: Eu me consagro por eles, a fim de que também eles sejam consagrados na verdade. As suas chagas são a nossa cura. As suas feridas, o preço da nossa cura (Is 53,5; cf. Pd 2,24). A sua punição, a nossa paz. A punição a Ele imposta era o preço da nossa paz (Is 53,5). Ele foi castigado para podermos usufruir a paz.

Quando diz na cruz: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23,46), entrega ao Pai todos os homens que Nele recebem a vida. São seus membros, e muitos membros são um só corpo, que é a Igreja, conforme a expressão de São Paulo aos Gálatas: Todos vós sois um só, em Cristo Jesus (Gl 3,28).

Há, portanto, um amor. Há na história do mundo e da humanidade, um amor que foi capaz de viver completamente para o amado, que sou eu, que é cada pessoa; quem quer que ela seja, independentemente do que ela tenha feito ou fará. Há um amor tão intenso, tão perfeito, que é capaz de carregar-me totalmente, de dar-me tudo o que eu preciso para viver (que não é o que eu penso que eu preciso…). Mas não só: que agiu dentro das circunstâncias do mundo mau, entregue ao mal, de forma que eu possa ser feliz, tranquilo e seguro; possa realizar-me completamente. Que não só me pega no colo, chamando, no momento derradeiro e mais difícil para Ele, como conta o Evangelho de João, “filhinhos”, mas é capaz de entrar dentro de mim (o que ninguém consegue por mais que ame o outro) e dar-me paz. Quer ainda mais um sinal? Faz tudo isso, delicadamente, sem se impor, sem impaciência, e na medida que eu o peço.

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