O Caminho da Cruz e a Salvação pela Verdade

No dia 9 de agosto é celebrada a memória litúrgica de Santa Teresa Benedita da Cruz, nome religioso adotado por Edith Stein. Judia, filósofa e monja carmelita descalça, nasceu no final do século XIX e teve seu percurso biográfico na primeira metade do século XX. De família pequeno burguesa de comerciantes, Edith sempre foi cercada por rica literatura e acesso ao conhecimento. De família judia, em certa fase da vida, relutou contra a religião da família natal e fora buscar algo que a preenchesse: os estudos.

Sempre inquieta, desde os estudos em filosofia até mesmo em níveis mais avançados (doutorado), Edith sempre se inclinou pela busca da Verdade. Talvez pelo direcionamento da sua vida acadêmica em que no doutorado pesquisou empatia, Stein acabou trilhando um caminho que a levou para o encontro com a Verdade que tanto procurava. É reconhecida como uma das grandes referências da corrente filosófica conhecida como fenomenologia, fundada por seu orientador, Edmund Husserl.

Seu processo da conversão fora construído a partir da angústia de querer conhecer a Verdade. Conheceu uma vasta lista de autores intelectuais, além de também ter experenciado os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola. Como ponto em comum com os Exercícios, a busca pela Verdade é alcançada depois de ter percorrido um grande sertão de vivências e experiências que permitiram encontrar aquilo que sempre buscou.

Passando por uma fase de desencontro com Deus, filósofa e com um rico vivenciar das possibilidades que a vida lhe ofereceu, após a leitura do “Livro da Vida”, de Santa Teresa D´Ávila, Edith Stein encontra a Verdade que tanto procurava e logo batiza-se, recebe a primeira Eucaristia, convertendo-se, assim, ao Catolicismo Apostólico Romano.

Ainda embriagada pelo devotamento e forte emoção de ter encontrado a Verdade, Stein decide ser freira carmelita descalça e seguir os passos de Santa Teresa D´Ávila, a via do Carmelo Descalço.

Adota o nome de Teresa Benedita da Cruz, pois Teresa era a referência à mãe do Carmelo, Santa Teresa D`Ávila; Benedita por ser devota de São Bento; e Cruz para lembrar o pai do Carmelo Descalço, São João da Cruz. Dessa forma, Stein viveu seu carisma na Ordem das Carmelitas Seculares até seus últimos dias de vida. Pela sua facilidade com a erudição, foi convidada a escrever a biografia de São João da Cruz. Assim foi publicada a obra “Ciência da Cruz” e Edith continuou a escrever enquanto viveu no Carmelo.

Vivendo o período da Segunda Guerra Mundial, Edith Stein, por ser judia, foi perseguida, presa e executada pelas tropas do nazismo, em Auschwitz, em 9 de agosto de 1942, junto com sua irmã mais nova, fazendo parte, assim, de todo o povo judeu exterminado no período em questão.

Edith toma sua Cruz, aceita e reconhece a Verdade em sua crença que é Jesus Cristo e torna-se mártir, beata e santa. Hoje é reconhecida como Santa Teresa Benedita da Cruz ou Santa Edith Stein, Santa copadroeira da Europa.

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