Nunca será demais para um católico escrever sobre o Papa. Nunca! Imensa alegria é termos a firme convicção de dizer: “Habemus Papam!”
“Ama, venera, reza, mortifica-te – cada dia com mais carinho – pelo Romano Pontífice, pedra basilar da Igreja, que prolonga entre todos os homens, ao longo dos séculos e até o fim dos tempos, aquela tarefa de santificação e de governo que Jesus confiou a Pedro”, eis o conselho deixado registrado em Forja, por São Josemaría Escrivá. Que Deus sempre nos conceda a graça de sabermos reconhecer que “onde está Pedro, aí está a sua Igreja”!
Não tenho dúvidas de que temos um novo intercessor por nós: o Papa Francisco. Afinal, “a vida não acaba, apenas se transforma”. A tristeza da perda de um Papa se reveste, simultaneamente, da alegria de saber que o seu sucessor está entre nós. E, também, ter a certeza expressa pelo próprio Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).
Das lembranças do Papa Francisco, entre tantas, recordo o texto publicado neste espaço, em 7 de fevereiro de 2024, em que citei uma entrevista sua ao programa de televisão italiana Che Tempo Che Fa, em que ele dizia: “Isto não é um dogma de fé. Isto que direi é uma coisa pessoal: gosto de pensar que o inferno está vazio”. Sim, repito com o Papa Francisco, “gosto de pensar que o inferno está vazio”! Que realidade incrível, se fosse possível, o inferno vazio.
Obviamente, conhecemos a realidade revelada pelos pastorinhos, em Fátima, por Nossa Senhora, a respeito do inferno, bem como o pedido para estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração de Maria para salvar as almas. Também não nos é desconhecido o que diz o Catecismo da Igreja Católica, a respeito do inferno. No entanto, tratava-se apenas de um desejo pessoal; algo como quiséssemos dizer: a depender de mim, ninguém irá para o inferno!
Habemus Papam! Temos um novo sucessor de Pedro e, em 12 de maio de 2025, quatro dias após a sua escolha, o Papa Leão XIV, em seu discurso aos agentes de comunicação, agradeceu o intenso trabalho dos jornalistas “a noticiar a Igreja, a sua variedade e, ao mesmo tempo, a sua unidade” e, disse:
“No ‘Sermão da Montanha’, Jesus proclamou: ‘Felizes os pacificadores’ (Mt 5,9). Esta é uma bem-aventurança que nos interpela a todos e vos diz respeito de perto, chamando cada um ao compromisso de levar adiante uma comunicação diferente, que não procura o consenso a qualquer custo, que não se reveste de palavras agressivas, que não adere ao modelo da competição, que nunca separa a busca da verdade do amor com que humildemente a devemos procurar”.
“A paz começa em cada um de nós”, diz, ainda, o Papa Leão XIV. “Na forma como olhamos para os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros; e, nesse sentido, a forma como comunicamos adquire uma importância fundamental: temos de dizer ‘não’ à guerra das palavras e das imagens, temos de rejeitar o paradigma da guerra”.
E ainda nos exorta Leão XIV: “Vivemos tempos difíceis de atravessar e narrar, que representam um desafio para todos nós, do qual não devemos fugir. Pelo contrário, estes tempos pedem a cada um de nós, nas nossas diferentes funções e serviços, que nunca cedamos à mediocridade”.
O que o Papa Leão XIV disse aos agentes de comunicação, cabe a nós, individualmente: felizes os pacificadores! “A paz começa em cada um de nós: na forma como olhamos para os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros…” Nunca cedamos à mediocridade!
Em união com Leão XIV, tornemos realidade, como ele nos pede, o convite feito pelo Papa Francisco: “Desarmemos a comunicação de todos os preconceitos, rancores, fanatismos e ódios; limpemo-la da agressividade. […] Uma comunicação desarmada e desarmante permite-nos partilhar uma visão diferente do mundo e agir de forma coerente com a nossa dignidade humana”.