Quem será o novo Papa?

Passado o funeral do Papa Francisco, a expectativa na Igreja e na opinião pública em geral agora é sobre a eleição do novo Papa. As perguntas que mais se fazem são estas: Quem será o novo Papa? Como deve ser ele? Seguirá a mesma linha de Francisco? Será progressista ou conservador? Haverá mudanças na Igreja com a eleição do novo Papa? Como se faz a eleição do Papa?

É compreensível que surjam essas perguntas, pois, de alguma maneira, o tema interessa. Mas também é claro que ninguém pode saber como será o novo Papa enquanto ele não for eleito. Tudo o que se pode fazer agora é despertar desejos e expectativas e projetar uma espécie de “Papa dos meus desejos”. Talvez isso não seja a melhor coisa a se fazer, para não ter decepções se os sonhos e desejos não forem realizados. Em vez disso, a Igreja recomenda a todos os fiéis que rezem ao Espírito Santo pela eleição do novo Papa. Nós cremos na ação do Espírito Santo, animador e guia da Igreja, e todos precisamos deixar-nos conduzir por suas sábias inspirações. Assim também faz o Colégio Cardinalício durante 9 dias, desde o sepultamento do Papa; o mesmo fazem todas as dioceses, paróquias e demais organizações da Igreja durante estes 9 dias, antes que seja iniciado o Conclave.

É oportuno conhecer o que acontece na Santa Sé depois do sepultamento do Papa. A sede de Pedro, em Roma, está vacante, pois está sem Papa. Mas a Igreja não fica sem ter quem responda por ela. Para começar, os bispos, nas suas dioceses, e nas competências que lhes são próprias, respondem pela Igreja. Na Santa Sé, quem responde pela Igreja durante a Sé vacante é o Colégio Cardinalício, que reúne todos os cardeais do mundo. O Colégio Cardinalício, conduzido pelo Decano, toma todas as decisões que lhe competem para preparar e realizar a eleição do novo Papa.

Tudo segue normas estabelecidas com precisão, quer no Código de Direito Canônico, quer em documentos específicos sobre a Sede vacante e a eleição do Papa. Basicamente, são dois esses documentos: a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, acerca da vacância da Sé Apostólica e da eleição do Romano Pontífice”, de São João Paulo II (1996); esse documento foi brevemente emendado por Bento XVI, com a Carta Apostólica Normas Nonnullas, em forma de Motu Proprio, de 22 de fevereiro de 2013. Ambos os documentos são públicos e descrevem com detalhes como o Conclave deve ser preparado e celebrado.

Enquanto a Igreja toda está em oração pela eleição do Papa, no Vaticano, os cardeais reúnem-se diariamente e refletem sobre a Igreja e a missão que ela recebeu de Jesus Cristo, sobre o estado atual da Igreja e do mundo, os desafios e sobre as questões mais importantes que o novo Pontificado deve enfrentar. São reflexões livres, das quais participam também os cardeais mais idosos. Tudo isso, em um clima de fraterna serenidade, orientados pela preocupação de promover o bem da Igreja e de sua missão. Nesses encontros, os cardeais se conhecem melhor, conversam e vão discernindo sobre as qualidades requeridas daquele que deverá ser escolhido para ser o novo Papa. Mas não existe apresentação de candidatos, nem discursos a favor ou contra algum candidato, como se fosse um comício pré-eleitoral. Isso não existe na preparação, nem na realização do Conclave.

Concluído o novenário de oração nas intenções da Igreja e da escolha do novo Papa, e estando já em Roma todos os cardeais com menos de 80 anos de idade (Colégio de eleitores), o Colégio Cardinalício define o dia de início do Conclave. O Conclave conta apenas com a participação dos cardeais com idade inferior a 80 anos. Inicia-se com a solene invocação do Espírito Santo e todos os participantes prestam juramento para agir conforme as regras do Conclave. Organiza-se a mesa da eleição e os escrutinadores dos votos, esclarecem-se as dúvidas sobre o processo de votação e, finalmente, passa-se à votação. Não há discursos, tudo se faz em clima de celebração.

A entrega do voto é pessoal e solene, diante de um crucifixo exposto. Depois, faz-se a leitura dos votos e o controle dos resultados. Fazem-se quantos turnos de votação forem necessários para que um candidato alcance dois terços dos votos dos votantes. Quando isso acontece, o novo Papa está eleito. Só falta ele aceitar o cargo e escolher o nome que vai usar como Papa. Depois disso, ele recebe a saudação dos cardeais, que o reconhecem como Papa. E a eleição é sinalizada para o mundo com a fumaça branca… Logo em seguida, o novo Papa vai ao balcão da basílica de São Pedro e se apresenta ao povo. Todos ficam sabendo quem ele é e como vai ser chamado.

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