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Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é lucro 

O período que encerra o mês de outubro e inicia o mês de novembro demonstra de forma sutil, mas ao mesmo muito clara, a diferença entre a visão de mundo dos pagãos e a dos cristãos. 

No último dia de outubro, muitos celebram a festa do Halloween. Nos eventos nas escolas, nos prédios e condomínios, vestem seus filhos de monstros, bruxas, vampiros e demônios. 

Não vou, neste artigo, discutir a respeito da festa em si, mas, independentemente da interpretação de cada um, não se pode negar que o pano de fundo é a morte e o mal. 

Imaginemos, contudo, que no dia seguinte, esses mesmos que com dedicação se prepararam por dias para aquela festa, se vissem obrigados a enfrentar situações reais em suas vidas nas quais a morte e o mal estivessem presentes? Como reagiriam? 

Com um sorriso no rosto ou resignação? Parece que não. 

Sabemos o que acontece com aqueles que não têm suas vidas assentadas na rocha que é Cristo: desespero, tristeza e confusão. 

Parece contraditório que aqueles que passam a vida enaltecendo a morte, vestindo e tatuando seus sinais, não se sintam à vontade quando chamados a encontrá-la. E sabemos o porquê: o convite para a “adoração” às coisas do mal também é uma mentira. 

Os cristãos, como de costume, fazem exatamente o oposto do que prega o mundo. No dia em que aqueles celebram a morte e o mal, nós aqui celebramos a vida. 

Na Festa de Todos os Santos, nos lembramos de todos aqueles que vivem o esplendor da vida eterna, em suas moradas na casa do Pai. Aqueles que passaram pela morte, mas não foram vencidos por ela. 

No dia seguinte, de Finados, nos lembramos daqueles que já partiram desta vida, mas que, por algum motivo, aguardam no purgatório o seu tão esperado momento de encontrar Deus face a face. 

Note-se que, para ambas as festas, o foco central é a própria a vida. Seja dos nossos queridos que já são parte da Igreja triunfante, seja dos que ainda fazem parte da Igreja padecente. 

E essa é uma grande diferença, mesmo sendo a morte absolutamente igual para todos. Ateus e santos por ela hão de passar. Do outro lado, Jesus aguarda a todos para o julgamento individual que se dará independentemente da fé que tiveram, ou não, nesta vida. 

E é justamente aí que está a diferença. A morte para o cristão não é motivo de tristeza como para os pagãos, mas sim um motivo de alívio. A morte é o canal estreito pelo qual passam todos aqueles nossos queridos que já foram libertos desse vale de lágrimas. 

Após “combater o bom combate”, receberam por fim a sua recompensa tão aguardada, como disse Paulo: “Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é lucro”. Um lindo resumo de como um cristão deve encarar a morte, e que todos ainda precisamos aprender. 

Mas, mesmo quando nos sugere meditar sobre a morte, Deus nos quer meditando sobre a vida, nossas vidas. As escolhas que fazemos aqui, como forma de direcionar como viveremos aqui e na eternidade. 

A grande pergunta que deve ser feita é: “O que está em jogo?”. E o preço de nossas escolhas será pago por toda a eternidade. Se meditamos sobre a morte, é para que possamos o quanto antes escolher a Vida (e essa, com vê maiúsculo). 

Deus nos ama e nos quer com Ele, por toda a eternidade. E Jesus sabe exatamente sobre o que estamos falando. 

Aquele do qual somos imitadores se fez carne, entrou no tempo e se tornou 100% Deus e 100% homem. Até Ele, para vencer a morte, teve de passar por ela, como todos nós. 

Então, sigamos nossa vida “como se não houvesse amanhã”, evitando ser como aquele homem do Evangelho que depois de guardar todo o seu trigo, não amanheceu para a aproveitar suas conquistas. 

Cada conquista é feita no seu próprio dia, assim como “cada dia tem o seu próprio mal”. Vivamos com Cristo e em Cristo; em paz conosco e em comunhão com Deus para que esse dia, que nos espera sem falta, possa ser vivido como todos os outros: com Deus, para sempre, amém! 

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