No final da década de 1960, fazia sucesso a teoria de que os deuses adorados na Antiguidade eram extraterrestres que nos teriam ajudado a nos tornarmos seres inteligentes. Seguindo esse filão, Arthur C. Clarke e Stanley Kubrick fizeram o cultuado 2001: Uma Odisseia no Espaço.
O filme começa com primatas pré-históricos, em meio aos quais surge um misterioso monolito negro, que os ajuda a desenvolverem a inteligência. A seguir, pula para o ano 2000, quando um monolito semelhante é encontrado na Lua. O misterioso objeto, ao ser descoberto, envia um sinal para Júpiter. A “odisseia” é a ida a Júpiter de uma equipe de astronautas, para fazer contato com essa inteligência superior.
Porém, os coordenadores do projeto temem contar aos astronautas qual é sua verdadeira missão. Só o computador de bordo, HAL 9000, uma inteligência artificial sofisticadíssima, conhece seu objetivo. Diante de duas instruções conflitantes, servir aos astronautas e ocultar-lhes a verdade sobre sua viagem, HAL perderá sua função lógica, levando a expedição a um final trágico. Um dos astronautas, resgatado pelo criador dos monolitos, passará o resto da vida em uma espécie de apartamento, onde é observado e/ou cuidado. Após sua morte física, é renascido, agora ele também um ser superior.
Mesmo que de forma não intencional, 2001 se torna o simulacro, que poderemos considerar patético ou comovente, de uma história da salvação. Atesta que o ser humano intui, queira ou não, que é incapaz de se fazer por si mesmo – necessita de um Outro que o faça. Sua caminhada pela história, como indivíduo e como espécie, é uma odisseia de retorno a Esse que o criou, que o deve estar esperando em algum lugar do infinito, para finalmente viverem em unidade.
2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (2001: A SPACE ODYSSEY)
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke
Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester e Douglas Rain
Duração: 148 minutos
Disponível: Prime Video
