Nós nos esquecemos facilmente, mas São Paulo, a quarta maior cidade do mundo, a maior do Hemisfério Sul e fora do continente asiático, uma metrópole cuja influência ultrapassa fronteiras, é fruto da fé cristã e do amor ao próximo. Nasceu de uma escola fundada por padres jesuítas. O Colégio São Paulo de Piratininga – que lhe deu origem – foi criado, primordialmente, para atender a uma comunidade de indígenas e mamelucos, gente pobre e isolada da região costeira onde a vida da colônia era mais próspera. Um gesto, de certa forma visionário, de homens que sabiam que a mensagem cristã tinha que ir sempre mais além.
Os jesuítas não vieram para destruir a cultura indígena. Vieram, sem dúvida, para cristianizá-la, mas procurando respeitá-la, dentro dos limites da compreensão cultural da época. Procuraram defender as populações indígenas, conciliando, da melhor forma que conseguiram, sua cultura com a fé cristã. Pagaram um alto preço por isso.
A história de São Paulo mostra que a Igreja, sempre que procura se manter fiel à mensagem cristã, encontra resistência e perseguição, mesmo entre aqueles que se propõem a defende-la, mas no fundo querem apenas instrumentalizá-la. É uma história que nos pede a humildade de reconhecer erros e pecados cometidos, mas também de assumir um compromisso de fé e amor ao próximo.
Neste 470º aniversário da cidade, nós nos debruçamos sobre o complexo histórico, cultural e religioso do Pateo do Collegio, sinal vivo dessa história. Que a memória do passado seja inspiração e força no presente, na construção de um futuro melhor.