Um cult da época, Blade Runner se tornou clássico pela ambientação sombria e decadente, que trouxe o gênero noir para a ficção científica. Baseado em um romance de Philip K. Dick, se passa num distópico “futuro”, em 2019, no qual a ciência conseguiu criar androides iguais aos humanos (os replicantes), programados para trabalhar como escravos em colônias fora da Terra e condenados geneticamente a uma morte prematura. A trama segue um grupo de replicantes fugitivos, que espalha terror em uma Los Angeles futurista e decadente, e sua perseguição pelo policial Rick Deckard, um “caçador de androides”.
Ao longo do filme, vai se explicitando o vazio interior das pessoas e o grito existencial dos replicantes, que buscam simplesmente escapar à morte e àquilo que ela parece representar. São criaturas em busca de seu Criador, do qual esperam a superação de sua finitude programada. Nesse sentido, apesar de toda a sua violência, se mostram mais humanos do que os próprios humanos, que parecem ter perdido o sentido de suas vidas e apenas sobrevivem em meio a um tédio melancólico.
O título do filme (Blade Runner) pode ser traduzido pela expressão em português “fio da navalha” e refere-se à precisão impiedosa dos caçadores de androides, dedicados a perseguir e matar criaturas aparentemente iguais a eles próprios, mas destituídas de dignidade e direitos por sua origem “sintética”. Já o livro original tem o título Do Androids Dream of Electric Sheep?, referindo-se a uma questão central do livro: os replicantes podem desenvolver emoções e consciência, dados que supostamente os diferenciariam dos humanos? Seriam capazes de “sonhar”?
Em 2007, foi lançada a versão do diretor e, em 2017, uma continuação, Blade Runner 2049.
BLADE RUNNER (O CAÇADOR DE ANDROIDES)
Diretor: Ridley Scott
Roteiro: Hampton Fancher e David Peoples
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young e Edward James Olmos
Duração: 105 minutos (117 na versão do diretor)
Disponível: Apple TV+
