Guerra nas estrelas (1977-2019)

O maior sucesso cinematográfico da ficção científica em todos os tempos, a série Star Wars, de George Lucas, já produziu 11 longas-metragens, séries e outros produtos. A saga de Lucky Skywalker, Darth Vader e os jedi é a adaptação mais bem sucedida da jornada do herói mítico aos gostos e contextos da sociedade “pós-moderna”.

Em todas as culturas, mitos e lendas narram a história de heróis, inicialmente iguais a todos nós, sem expressão ou poder, que chamados por um destino superior, após muitos sofrimentos, realizaram feitos admiráveis pelo bem de todos. Mostram que estão inscritos em nosso coração o desejo de grandeza, a nobreza do sacrifício, o valor do dom de si pelos demais, a jornada de autodescoberta que nos revela a nós mesmos, o apoio e a orientação de um mestre que nos mostra “a força”, a luta do pequeno oprimido contra os poderosos. Tudo isso Star Wars dá em profusão. Soma-se um ambiente fantástico, recheado de criaturas bizarras, fofas ou apavorantes, maravilhas tecnológicas e poderes mágicos.

A “Força”, elemento metafísico e maior fonte de poder dos personagens, tem um lado luminoso (os Jedi) e um lado sombrio (os Sith), assim como o maniqueísmo divide o mundo entre o bem (luz) e o mal (sombras). A série não tem pretensões metafísicas, mas demonstra que essa visão maniqueísta está profundamente enraizada em nossa percepção de mundo, mesmo se não concordamos com ela. É sutilmente diferente da visão cristã, na qual um Deus de amor sempre quer o bem, ainda que o pecado se insinue permanentemente em nossa natureza contraditória.