O doador de memórias (2014)

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Em um futuro aparentemente utópico, Jonas vive em uma comunidade que parece perfeita, livre de guerras, doenças e pobreza. Contudo, essa sociedade é estritamente controlada, com regras rígidas para cada aspecto da vida, desde as cores das roupas até as relações interpessoais. Para manter essa utopia, as memórias do passado, tanto as ruins (como a guerra e a morte) quanto as boas (como o amor), foram apagadas da mente dos habitantes.

Apenas um homem na comunidade, o “Doador de Memórias”, detém todo o conhecimento do passado, com toda a sua carga de sofrimento e humanidade. Jonas deverá ser o próximo Doador, mas se defronta com a dureza da verdade e com a possibilidade de escolha: submeter-se a uma sociedade falsamente harmoniosa, de seres desumanizados, que não sofrem, mas também não amam de verdade; ou rebelar-se e procurar a liberdade, com toda a sua carga de sofrimento e dor, mas também aberta ao amor e à realização daquilo que é ser humano.

O filme foi considerado por alguns como uma grande parábola pró-vida, pois, nesta comunidade só aparentemente ideal, existe um rígido controle populacional, com a eutanásia dos velhos e o controle programado dos nascimentos. Outros viram nele uma crítica às religiões instituídas (representadas pelos “Anciãos” que controlam a comunidade) e uma defesa da autonomia individualista típica da modernidade.

O fato é que, numa sociedade como a nossa, o filme denuncia a falácia de certos projetos utópicos, que acabam por negar a liberdade humana. Nos mostra a necessidade da memória e o caráter inegavelmente contraditório de todos os seres humanos. Questiona se a felicidade e a paz podem ser alcançadas à custa da verdade e da liberdade.

O DOADOR DE MEMÓRIAS (THE GIVER)

Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Michael Mitnick e Robert B. Weide
Elenco: Brenton Thwaites, Jeff Bridges, Meryl Streep e Alexander Skarsgård
Duração: 97 minutos
Disponível: AppleTV e Prime-Vídeo

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