Uma jornada que transforma vidas para Cristo

“Amados jovens, a Igreja precisa de testemunhas autênticas para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida seja transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”. Com essas palavras, São João Paulo II convidava os jovens para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2005, em Colônia, na Alemanha, considerada a JMJ dos “dois papas”, sonhada e preparada por João Paulo II, que morreu em abril daquele ano, e realizada por seu sucessor, Bento XVI.

Esse encontro com Cristo sobre o qual falava o Papa Wojtyla, de fato, transformou a vida de muitos jovens, entre os quais Ronaldo, Fabiana e Diego.

Na JMJ de 2005, em Colônia (Alemanha), Padre Ronaldo Pereira teve seu despertar vocacional para o sacerdócio, sendo ordenado em 2018

Sacerdócio. Quando o paulistano Ronaldo Luís de Souza Pereira foi para aquela Jornada, ele estava namorando, mas enfrentava uma grande crise vocacional. “Meu pai faleceu em 2004, e eu me perguntava: ‘Qual o sentido da vida?’ Participando da Jornada Mundial da Juventude, refleti muito sobre os três reis magos – pois o tema daquele ano era ‘Viemos Adorá-lo’ (Mt 2,2) –, em que eles deixaram ‘tudo’ para seguir o verdadeiro Tudo, levando o melhor que poderiam dar para o Salvador. Foi ali, escutando Bento XVI, que eu senti a mão de Deus me convidando: ‘Vamos seguir Jesus?’ Sim! Assim eu decidi tornar-me padre”, relatou. Retornando ao Brasil, Ronaldo iniciou o discernimento vocacional. Ele era graduado em Análise de Sistemas e fez pós-graduação em Business Intelligence. Na época, procurou os padres nas paróquias Liceu Sagrado Coração de Jesus, em Campos Elísios, Santa Teresinha, em Santana, e Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro. Sem saber que essas eram paróquias sob os cuidados dos padres salesianos, o jovem viu nessa “coincidência” a confirmação de que Deus o chamava para ser um salesiano de Dom Bosco, o Santo que dedicou a vida à evangelização da juventude.

Ronaldo ingressou na vida religiosa em 2008, sendo ordenado sacerdote no dia 9 de dezembro de 2018. O lema escolhido para a ordenação foi justamente o daquela JMJ: “Viemos Adorá-lo”.

Além do Padre Ronaldo, outros dois amigos que participaram com ele da mesma JMJ também se tornaram sacerdotes: o Padre José Ferreira Filho, ordenado em 2017 na Arquidiocese de São Paulo, e o Padre Elismael Ferreira, ordenado em 2021 na Diocese de Humaitá (AM).

Atualmente, Padre Ronaldo, 42, exerce o seu ministério na Escola Salesiana de Manique, em Cascais, Portugal, país que sediará a JMJ este ano. Será a primeira Jornada que ele participará como sacerdote. “Minha expectativa é que alegria possa invadir o coração dos jovens e que eles deixem ser contagiados pelo amor de Deus e possam continuar a espalhar essa alegria onde estiverem”, concluiu.

Após se conhecerem na JMJ de 2005, Diego e Fabiana noivaram na Jornada de 2008, na Austrália; casaram-se em 2010 e hoje têm 3 filhos

Matrimônio. Diego Klautau e Fabiana Dias Klautau se conheceram na JMJ de Colônia. Ele foi com o Movimento dos Focolares e ela, representando a Paróquia Santíssimo Sacramento, no Paraíso, no grupo de peregrinos da Arquidiocese de São Paulo. Depois da Jornada, eles começaram a namorar e decidiram ir juntos para a JMJ de 2008, em Sydney, na Austrália. Foi lá, após a missa de conclusão do evento, no Hipódromo de Randwick, com a participação de meio milhão de jovens, que eles noivaram.

Diego e Fabiana se casaram em 10 de julho de 2010 e têm três filhos: Diana, 12, Clarice, 9, e Gregório, 5. Em 2013, participaram da JMJ do Rio de Janeiro e organizaram a acolhida de peregrinos iraquianos e eslovenos em São Paulo, que vieram para participar da semana missionária que antecedeu a Jornada no Rio de Janeiro.

Para Fabiana, participar das JMJs foi uma rica experiência para ter uma percepção maior da Igreja. “Quando fui para a Jornada, ficou muito forte a ideia de que a Igreja é um jardim de muitas flores, com diversos movimentos e manifestações da fé. Hoje, participamos do movimento de famílias novas dos Focolares. Então, para mim, mudou bastante a visão da vida cristã e de tudo”, destacou.

Ao falar do quanto essas experiências contribuíram para o discernimento vocacional, o casal enfatizou que elas ajudaram a amadurecer a compreensão sobre o real significado do Matrimônio. “Existe uma diferença entre a celebração do casamento e o sacramento do Matrimônio. Nós tínhamos, de fato, o desejo de contrair o Matrimônio na sua profundidade de união e entrega a Deus, do nosso ‘sim’ como família, estar aberto à vida, ou seja, pensar no sacramento na forma como Deus pensou para a felicidade do homem e da mulher”, afirmou Fabiana.

Em Lisboa. Atualmente, Diego, 43, é doutor em Ciências da Religião e professor. Fabiana, 42, é doutora em História da Ciência e Assistente de Coordenação do Ensino Médio em um colégio da capital paulista.

Na segunda-feira, 24, eles embarcaram para a sua quarta JMJ. Dessa vez, vão acompanhando um grupo de seminaristas de Brasília (DF), participantes de projeto de evangelização e formação cultural chamado uma Jornada Literária inesperada, que abordará temáticas relacionadas à literatura e religião, com ênfase nas obras dos escritores J. R. R. Tolkien e Dante Alighieri.

“Desta vez, iremos com uma responsabilidade diferente. Certamente, será uma vivência mais madura. A JMJ já faz parte da nossa história e vemos como uma providência de Deus a oportunidade de retornar a uma JMJ”.

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