Arcebispo conclama sociedade a combater a corrupção no Panamá

Igreja conclama a nação, assolada por escândalos, impunidade e desigualdade social, a tomar a iniciativa de eliminar seus desmandos, a começar pela escolha dos governantes que representam a sociedade panamenha.

Dom José Domingo Ulloa preside missa na Arquidiocese do Panamá (foto: arquivo da Arquidiocese)

O Arcebispo do Panamá, Dom José Domingo Ulloa, fez um apelo enérgico aos panamenhos para que enfrentem e resolvam o “grande problema” da corrupção que aflige o país e a sociedade, e isso, disse ele, acontece sobretudo em saber escolher seus governantes.

“A corrupção é um problema real e, no momento, o grande problema é que temos uma sociedade corrupta, esta é a verdade”, disse Dom José à imprensa após presidir a celebração eucarística em 29 de agosto. “Por isso, acredito que somos chamados a escolher quem nos representa, para que ninguém reclame”, disse o Prelado.

Escândalos

O apelo do Arcebispo panamenho faz parte de uma série de escândalos ligados a supostos atos de corrupção, que vieram à tona na mídia local durante a pandemia de COVID-19. Alguns deles levaram à demissão de funcionários da área da Saúde devido a conflito de interesses.

No entanto, o fenômeno da corrupção no Panamá não é recente: uma pesquisa da empresa de pesquisa espanhola GAD3, realizada a pedido do jornal panamenho La Prensa, publicada em maio passado, constatou que 71,1% dos entrevistados vinculam o atual governo de Laurentino Cortizo à corrupção, enquanto 15,8% são indiferentes.

Durante anos, o Panamá foi abalado por escândalos de corrupção, com uma resposta judicial, em muitos casos, descrita em uníssono como impunidade e uma desigualdade social que não diminui, apesar do crescimento econômico que marcou o país na última década. Para o Arcebispo, esta situação, infelizmente, “não é mais do que um reflexo do que infelizmente somos como sociedade, uma sociedade corrupta, que depois se queixa de alguns corruptos, mas na qual ninguém dá o primeiro passo para transformá-la”.

Governo

Em 31 de agosto, o presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, declarou o combate à corrupção em seu governo, que, reiterou, promove a transparência na gestão pública.

“Não vou tolerar nenhum ato de corrupção. As denúncias relacionadas foram feitas em colaboração com as autoridades investigadoras”, disse Cortizo, que assumiu o cargo em julho de 2019 por um mandato de cinco anos.

Fonte: Agência Fides

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