Desde a prisão em fevereiro, familiares e fiéis não tinham conhecimento do paradeiro e das condições de saúde do prelado
El 19 Digital, um meio de comunicação de apoio à ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua, postou um vídeo de Dom Rolando Álvarez, Arcebispo de Matagalpa, que se encontra encarcerado, no qual ele compartilha alguns comentários sobre como está se sentindo. O vídeo o mostra compartilhando uma refeição com seu irmão e sua irmã durante uma visita à prisão.
O Prelado foi condenado no dia 10 de fevereiro a 26 anos e quatro meses de prisão, acusado de ser um “traidor da pátria”. Apesar dos esforços de parentes para determinar onde ele estava detido desde sua condenação, seu paradeiro era desconhecido até sábado, 25.
Ao ser questionado sobre como estava por um entrevistador que não aparece nas imagens e de quem somente se ouve a voz, o Arcebispo respondeu: “Graças a Deus estou bem, com muita força interior, com muita paz no Senhor e na Santíssima Virgem.”
Comentando sobre a visita que recebeu dos irmãos, Dom Rolando Álvarez disse que eles “conversaram e comeram uma comidinha bem gostosa, que nossos amigos do sistema penitenciário gentilmente nos proporcionaram”.
O Arcebispo está detido no Sistema Penitenciário Nacional Jorge Navarro de Tipitapa, uma prisão mais conhecida como La Modelo.
Sabe-se que várias violações dos direitos humanos são cometidas naquela prisão, como superlotação, falta de atendimento médico, funcionários que agridem os internos, detenção de familiares que vêm visitá-los e oferta de comida misturada com detergente.
Depois de agradecer às autoridades competentes e ao presídio por ter recebido um bom tratamento, Dom Álvarez brincou sobre seu estado atual. “Eu pareço bem, saudável, e como meu rosto está?”
Vestindo seu uniforme de prisioneiro e visivelmente mais magro, o bispo nicaraguense também agradeceu “à Santíssima Virgem porque hoje (25), na Anunciação do anjo à Mãe para que com seu sim o Verbo se fizesse carne e habitasse entre nós, para nossa salvação e redenção, meus irmãos puderam vir me ver.”
“A Mãe nos protege e sempre nos cobre com o mesmo amor maternal”, concluiu Dom Álvarez no vídeo, suas primeiras palavras gravadas desde sua condenação.
O prelado se recusou a ser deportado para os Estados Unidos em 9 de fevereiro, junto com outros 222 presos políticos, entre sacerdotes e seminaristas, preferindo ficar com os outros 37 presos políticos que permanecem nas prisões da Nicarágua.
Fonte: ACI Prensa
