Assembleia Eclesial conta com documento para discernimento comunitário

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O Conselho Episcopal Latino- -Americano (Celam) disponibilizou na quinta-feira, 11, o Documento para o Discernimento Comunitário da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que começa no domingo, 21, e vai até o dia 28, na Cidade do México.

Esse subsídio foi elaborado a partir das diversas contribuições feitas durante o processo de escuta realizado nas Igrejas locais no primeiro semestre. O material servirá de base para os trabalhos dos mais de mil participantes da Assembleia, que acontecerá tanto presencial quanto virtualmente.

Para a Irmã Birgit Weiler, uma das coordenadoras da equipe que preparou o documento, esse texto tem o objetivo de ajudar a aprofundar o discernimento dos sinais dos tempos na sociedade e na Igreja, 14 anos após a realização da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida (SP), e a partir do que cerca de 70 mil pessoas contribuíram ao longo do processo de escuta.

Sinodalidade

“O Documento para o Discernimento Comunitário é fruto da forte experiência de sinodalidade que tem sido a escuta. O referido documento nos encoraja a continuar no processo de escuta recíproca e de discernimento na Assembleia Eclesial, a fim de identificar e formular orientações pastorais prioritárias para a América Latina e o Caribe. Propõe uma leitura lenta, orante e criteriosa do texto e uma reflexão pessoal, à qual as questões propostas no texto também são motivadoras”, explicou a Religiosa.

O subsídio é destinado, em primeiro lugar, aos delegados da Assembleia Eclesial como apoio à missão que lhes foi confiada. “Ao mesmo tempo, é um documento para todo o povo de Deus, chamado a continuar participando de várias formas no processo de discernimento e acompanhando a Assembleia com a oração”, esclareceu Irmã Birgit.

O texto de 89 páginas possui uma introdução na qual se refere a esse momento como “um novo kairós” pela ação do Espírito Santo na Igreja do continente. Em seguida, apresenta o horizonte e propósito da Assembleia Eclesial, sua relação com a Conferência de Aparecida. As partes seguintes se dedicam à escuta e discernimento dos sinais dos tempos e os sinais eclesiais que mais interpelam o povo de Deus.

O documento está disponível para leitura e download neste link: https://tinyurl.com/yegv6fyn.

O povo de Deus é o ponto de partida e de chegada               

Cerca de 400 membros da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe participaram de uma pré -assembleia realizada vitualmente na sexta-feira, 12. A atividade teve como objetivo preparar os participantes para o evento inédito da Igreja na América Latina.

Para Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte, Arcebispo de Trujillo, no Peru, e Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o Espírito de Deus é um elemento chave em todo o trabalho da Assembleia. “Estamos diante de uma nova forma do proceder eclesial”, afirmou o Arcebispo, recordando as referências da Igreja povo de Deus, enfatizada pelo Concílio Vaticano II.

Dom Miguel Cabrejos destacou que a Assembleia Eclesial supõe “uma ressignificação das identidades eclesiais e seu modo de participação na Igreja”. Ainda segundo o Presidente do Celam, “o horizonte está aberto para relações que nos conduzam a um grande ‘nós’ eclesial”. Nesse sentido, ele sublinhou que, na América Latina, houve um discernimento da colegialidade à luz da sinodalidade, algo único, novo, que representa um desafio.

O Secretário-geral Adjunto do Celam, Padre David Jasso, destacou cinco verbos essenciais para os trabalhos da assembleia: lembrar, ouvir, discernir, responder e celebrar. O Sacerdote mexicano insistiu, citando a constituição apostólica sobre o Sínodo dos Bispos Episcopalis communio (2018), que o processo sinodal tem seu ponto de partida e seu ponto de chegada no povo de Deus. Ao mesmo tempo, lembrou a importância de participar da Assembleia levando em consideração o Documento de Aparecida e a Palavra de Deus.

Participação de doutorando da PUC-SP

Alan Faria Andrade Silva, doutorando em Direito Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi convidado para participar das sessões virtuais da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe.

O acadêmico atuou no processo de escuta eclesial que antecedeu a Assembleia e, atualmente, é um dos idealizadores e professores do curso de extensão “Economia de Francisco e Clara: perspectivas para propor novos processos”, estabelecido pela Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais, Faculdade de Teologia, Faculdade de Direito e promovido pela Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão (COGEAE) da PUC-SP.

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