Dom Carlos Lema convida professores a seguirem o exemplo perfeito educador, Jesus Cristo

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Por ocasião do Dia dos Professores, comemorado no sábado, 15, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e Universidade, presidiu uma missa com profissionais da Educação na sexta-feira, 14, na Catedral da Sé.

Participaram da Eucaristia professores, gestores, agentes e demais profissionais das escolas e universidades públicas e privadas da cidade. A celebração também contou com a presença do secretário municipal de Educação, Fernando Padula Novaes.

Na homilia, Dom Carlos afirmou que essa era ocasião de agradecer a Deus pela vida a missão dos educadores, “que se mostram generosos e dedicados em sua tarefa insubstituível na formação das novas gerações”.

O Bispo destacou, ainda, que este ano, o primeiro após a pior fase da pandemia, “é tempo de restaurar aquilo que foi prejudicial aos alunos durante o tempo de isolamento”.

DIVINO MESTRE

Em seguida, o Vigário Episcopal convidou os professores a meditarem sobre Jesus como modelo mais perfeito de mestre e educador.

“Se, olhando para Jesus, perguntássemos qual é a pedagogia, didática ou método educativo, poderíamos dizer que ele é um grande mestre devido à atenção particularizada com cada um dos seus discípulos. Jesus é um grande mestre pela sua dedicação incansável aos outros”, acrescentou.

Outra característica específica da didática de Cristo elencada pelo Bispo, contrária àquela dos fariseus e hipócritas mencionados no Evangelho do dia, é que ele praticava aquilo que ensinava. “Aqui está a força da pedagogia de Nosso Senhor. Esse é o segredo pelo qual ele atrai a atenção das multidões. Quando Jesus ensinava, as pessoas se sentiam plenamente conectadas, sintonizadas, atentas, como que se alimentando de suas palavras”, completou.

“Todos nós, educadores ou não, precisamos aprender do exemplo de Jesus. Todos deveríamos desejar parecer com ele, no empenho em viver uma vida coerente com aquilo que ele ensinamos, e arrastar os alunos ao caminho do bem”, exortou Dom Carlos.

Todos os educadores e demais colaboradores da comunidade educativa contribuem direta ou indiretamente na fase de formação e consolidação do caráter da juventude. “Queremos melhorar a sociedade? Que haja um ambiente de paz, ordem, respeito, consideração para com as outras pessoas? Para isso precisamos de bons educadores”, concluiu o Bispo.

VALORIZAÇÃO

No fim da missa, Fernando Padula dirigiu sua saudação aos professores, ressaltando que uma das muitas lições trazidas pelo período crítico da pandemia foi a valorização dos profissionais da Educação e da própria escola: “Na pandemia, as pessoas passaram a valorizar mais os professores, ao perceberem a falta que esses profissionais fizeram quando seus filhos estavam impedidos de frequentar as escolas”.

O secretário parabenizou os educadores pelo empenho e compromisso em enfrentar os desafios decorrentes destes tempos, como a evasão escolar e a recomposição de aprendizagem. “Desejamos a todos os professores boa sorte e sucesso. porque o sucesso de vocês é a garantia de uma geração melhor, com plenos conhecimentos, ajudando a formar cidadãos autônomos. Vida longa aos nossos professores”, concluiu.

GRATIDÃO E CONFIANÇA

Em nome dos professores, Magna Rocha agradeceu a Deus pelo dom recebido e a confiança depositada a esses profissionais. “Ser professor é uma bela e exigente missão, especialmente nos dias atuais, recém-saídos de uma pandemia, alguns adoecidos, outros enlutados, muitos cansados, cercados por rumores de guerra, em meio à incerteza em relação ao futuro”, afirmou.

“A grande missão que nos foi confiada é a de formar as novas gerações sem um tempo em que parece que nada se sustenta em pé. Nesse cenário, podemos ser dominados pela desesperança e pelo medo”, continuou a educadora, que, em seguida, recordou as palavras do Papa Francisco no momento de oração pelo fim da pandemia conduzido por ele em março de 2020:

“Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais”.

“Queridos professores, confiando em Deus, seremos como colunas firmes, não obstante, toda a nossa fragilidade. Apoiemos aquele que é a nossa força e sejamos um sopro de esperança para todos os que nos são confiados”, concluiu Magna Rocha.

MENSAGEM EM HOMENAGEM AOS PROFESSORES

“A escola tem de ser como uma árvore salutar à sombra da qual as crianças encontrem, não só abrigo e instrução, mas sobretudo, bons exemplos e bons conselhos
(Venerável Madre Teresa de Saldanha)  
 
Queridos Professores,  

Nossa missão é sublime, pois partilhamos da missão do próprio Cristo: ogrande educador, o excelso pregador, o maior pedagogo de todos os tempos. Jesus soube extrair dos seus discípulos o melhor, como o faz conosco, sempre que o  buscamos de coração sincero.  

Inspirados pelo hino à caridade, da primeira epístola de São Paulo aos Coríntios somos chamados a ser educadores pacientes, bondosos, não invejosos, que não tratam os outros com leviandade, nem se ensoberbecem. 

Quando existe amor, o professor não busca os próprios interesses, não se porta com indecência, não se irrita com facilidade, não suspeita mal do seu colega, não permanece indiferente ao trabalho, mas age em favor do próximo, na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, tudo em nome da verdade e do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus, o grande Mestre.  
E este amor divino que nos inspira e nos dá forças para tudo sofrer, tudo crer, tudo esperar, tudo suportar, em nossa missão. Se existe amor, o professor será sempre um grande mestre, inovador, participativo, criativo… terá a visão de que sem Cristo o mundo jamais conhecerá a verdadeira paz.  

Como, muitas vezes, nos recordam os documentos do dicastério para a cultura e educação: somos chamados a transpor os limites do serviço de formação, da instrução formal, para moldar as capacidades pessoais, morais e sociais daqueles que nos são confiados. Somos chamados, como nos recorda o evangelho, a darmos testemunho, a espalhar amor.  

“Amorizemos” o mundo, lancemos a semente e deixemos que o Mestre dos Mestresfaça-a crescer, florescer, dar frutos. 
 
Autora:
Irmã Michelly Silvanete Silva, professora de Ensino Religioso do Colégio Santa Catarina de Sena
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