Documento será refletido pelo Papa em encontro com o colégio cardinalício na próxima semana, no Vaticano, conforme lembrou o Arcebispo em seu programa de rádio
Foto: Vatican Media/Arquivo
Nos próximos dias, o Cardeal Odilo Pedro Scherer estará no Vaticano para participar, no sábado, 27, do consistório público em que o Papa Francisco criará 21 novos cardeais para a Igreja, durante uma celebração litúrgica na Basílica de São Pedro (às 11h no horário de Brasília); e na segunda-feira, 29, e terça-feira, 30, o Arcebispo de São Paulo também estará no encontro convocado pelo Pontífice para refletir sobre a nova constituição apostólica Praedicate evangelium, que trata da reforma da Cúria Romana.
No programa “Encontro com o Pastor” da quarta-feira, 24, na rádio 9 de Julho, o Cardeal Scherer comentou sobre os propósitos do Pontífice com a nova constituição apostólica, promulgada em março deste ano e que entrou em vigor em 5 de junho, conferindo uma estrutura mais missionária à Cúria Romana, a fim de que esteja cada vez mais a serviço das Igrejas particulares e da evangelização.
“O Papa Francisco introduz [nessa constituição apostólica] aquelas diretrizes que deverão depois valer na organização da Igreja nas dioceses, nas cúrias diocesanas, também nas cúrias das congregações religiosas, enfim, em todas as organizações que estão destinadas ao governo da Igreja”, comentou Dom Odilo.
O Arcebispo recordou que na constituição apostólica, o Pontífice indica que todos devem trabalhar em comunhão na Igreja, a serviço de Jesus Cristo; pede que cada pessoa faça bem aquilo que lhe compete na Igreja – “se cada um fizer bem a sua parte, o todo será bem feito” – e que se trabalhe com fé, com mística – “pois o trabalho da Igreja não é o mesmo de uma empresa, de uma ONG. Deve se partir do ponto de vista de que a Igreja é uma organização que, primeiramente, tem a Palavra de Deus na sua base; que tem a graça de Deus e ação do Espírito Santo”, ressaltou Dom Odilo. “Se queremos servir a Igreja nas nossas cúrias, nas nossas organizações pastorais, paróquias, devemos estar animados pelo Espírito de Jesus Cristo. Sem isso, nosso trabalho fica muito falho e não produz o que deveria para a vida da Igreja”, complementou.
QUE OS FIÉIS REZEM PELOS PADRES
O Arcebispo Metropolitano também pediu que os fiéis coloquem a Igreja em suas orações, incluindo pedidos pelos bispos e padres.
“O padre não é uma máquina. Ele é humano, pode cansar, pode ficar doente, fica idoso, também tem fragilidades, pode errar, mas age em nome de Jesus Cristo, tentando servir os irmãos na caridade. Procuremos na Igreja respeitar uns aos outros, amar-nos e reconhecer o bem que um faz ao outro servindo a Cristo e à Igreja”, exortou.
SÃO BARTOLOMEU APÓSTOLO
Também durante o programa de rádio, Dom Odilo falou sobre a vida de São Bartolomeu, apóstolo, cuja memória litúrgica é celebrada em 24 de agosto.
Este Santo é relatado no Evangelho segundo São João (Jo 1, 45-49), com o nome de Natanael, a quem Filipe anuncia o Messias, mas Natanael apenas crê no Salvador ao vê-lo e se surpreende quando Jesus diz que já o conhecia antes de Filipe apresentá-lo.
“Natanael é alguém cheio de entusiasmo, mas ao mesmo tempo muito sincero e espontâneo nas suas respostas. Natanael – Bartolomeu Apóstolo – depois foi pregar o Evangelho pela Arábia, chegando até à Índia. Ele se tornou um fervoroso seguidor de Jesus e, depois, testemunha de sua Ressurreição e pregador do seu Evangelho. Que ele interceda por nós, para que sejamos ardorosos discípulos e missionários de Jesus Cristo em toda a parte”, expressou Dom Odilo.
O Arcebispo Metropolitano recordou, ainda, que a Igreja olha para os apóstolos com fé e alegria, “pois reconhece neles aquelas testemunhas da primeira hora, aqueles que viram Jesus, ouviram-no, nele tocaram, que testemunharam a palavra, os fatos, feitos, ensinamentos, ações, o jeito de Jesus. Eles viram e reconheceram que Jesus é o Filho de Deus, aquele enviado ao mundo para ser nosso Salvador. Por isso, seguir a palavra dos apóstolos é sempre muito importante”.
OUÇA A ÍNTEGRA DO PROGRAMA – 24.08.2022
