Dom Valdir José de Castro é ordenado bispo e toma posse na Diocese de Campo Limpo

Erica Viana/Diocese de Campo Limpo

Na tarde do sábado, 26, Dom Valdir José de Castro, SSP, recebeu a ordenação episcopal e tomou posse como 3º Bispo da Diocese de Campo Limpo, em missa na Catedral Santuário Sagrada Família, na zona Sul da capital paulista.  

O ordenante principal foi o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e os coordenantes foram Dom Luiz Antônio Guedes, agora, Bispo Emérito de Campo Limpo, e Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo de Piracicaba (SP), diocese de origem do novo Bispo. 

A celebração contou com a presença de cerca de 4 mil pessoas, entre elas, 17 bispos, centenas de padres diocesanos e religiosos, como os membros da Sociedade São Paulo (Paulinos), congregação da qual Dom Valdir faz parte, assim como religiosas e leigos da Família Paulina. Os inúmeros fiéis puderam acompanhar também por meio de telões instalados do lado de fora da Catedral. Entre as autoridades civis, estava o prefeito da capital, Ricardo Nunes. 

O primeiro bispo de Campo Limpo, Dom Emílio Pignoli, prestes a completar 90 anos, também esteve presente e, emocionado, desejou que o novo bispo seja conduzido pelo Espírito Santo. “Estou contente de estar aqui, desejo que este novo governo alcance as necessidades da diocese e que o Espírito Santo conduza Dom Valdir”, afirmou. 

BISPO PAULINO

Por escolha de Dom Valdir, a celebração aconteceu na data da memória do Bem-aventurado Tiago Alberione (1884-1971), sacerdote fundador da Família Paulina em 20 de agosto de 1914, em Alba, na Itália. 

Marcus Simi/Diocese de Campo Limpo

O Superior-geral dos Paulinos, Padre Domenico Soliman, veio da Itália para participar da ordenação e ficou incumbido de ler e apresentar o mandato pontifício (bula) da nomeação episcopal, conforme previsto pelo rito. Em junho, Padre Domenico sucedeu o próprio Dom Valdir no cargo que ocupou à frente da congregação desde 2015.  

“Para nós, Padres Paulinos, Dom Valdir como bispo abre uma nova perspectiva, uma nova fronteira para viver a nossa missão e apostolado dentro da Igreja. Não podemos imaginar como será a experiência de Dom Valdir como bispo, mas, com seu estilo paulino, seguramente trará algo de novo para a evangelização e para o povo de Deus”, afirmou o Superior, referindo-se ao fato de o novo bispo ser o primeiro paulino da história a receber a nomeação episcopal.

ESCOLHIDO PELO SENHOR

A data da celebração coincidiu, ainda, com o início do tempo do Advento, que abre o novo ano litúrgico da Igreja. Na homilia, Dom Odilo destacou esse tempo de preparação para o Natal convidando todos a uma atitude vigilante sem se deixar levar pelas distrações do mundo.

Erica Viana/Diocese de Campo Limpo

Dirigindo-se ao novo bispo, o Cardeal recordou que ele foi eleito para o serviço e deve sempre se lembrar das palavras de Cristo aos apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou”, disse, enfatizando que um bispo deve ser reconhecido pelo serviço. 

“Quanto a ti, caríssimo irmão, Padre Valdir, escolhido pelo Senhor, lembra-te que fostes tirado dentre os homens e colocado a serviço deles nas coisas de Deus, o episcopado é um serviço, não uma honra”, continuou o Arcebispo. 

RITO DE ORDENAÇÃO E POSSE

São muitos os momentos marcantes durante o rito de ordenação episcopal, entre eles aquele em que o eleito se prostra diante do altar enquanto toda a assembleia invoca a intercessão dos santos.

Marcus Simi/Diocese de Campo Limpo

A imposição das mãos, gesto central da ordenação, foi realizada pelos ordenantes, seguida dos demais bispos, como sinal de comunhão no ministério episcopal. A Prece de Ordenação proferida pelo ordenante principal, enquanto o livro dos Evangelhos é colocado aberto sobre a cabeça do eleito, emocionou muitos presentes que não seguraram as lágrimas. 

A unção da cabeça do novo bispo com o óleo do Crisma e a entrega das insígnias episcopais – anel, mitra e báculo –, pelos irmãos do novo bispo, foram acompanhadas em profundo silêncio e atentamente pela multidão. Esta foi a primeira vez que ocorreu uma ordenação episcopal na Diocese de Campo Limpo, nos seus 33 anos de existência. 

Luis Carlos da Silva/Diocese de Campo Limpo

Após receber o báculo, Dom Valdir tomou posse da Diocese ao se sentar na cátedra diocesana. A partir desse momento, Dom Odilo passou a presidência da missa para o novo bispo diocesano, que, visivelmente emocionado, foi aclamado com calorosa salva de palmas por todos os presentes.

TUDO POR CAUSA DO EVANGELHO

Em seu primeiro pronunciamento como bispo, Dom Valdir rendeu graças a Deus pelo chamado ao serviço episcopal. “Agradeço ao Supremo Pastor, que, não obstante às minhas limitações, me chamou ao ministério episcopal. A Ele eu louvo e rendo ação de graças”, disse. 

Em seguida, Dom Valdir agradeceu a Dom Odilo, aos coordenantes, aos outros bispos presentes, ao clero, membros da Família Paulina, familiares, amigos de perto e longe e ao povo da diocese, que ocupou cada espaço disponível da Catedral. “É bonito quando uma celebração busca unir a Igreja para a gente caminhar junto, fazendo da nossa vida uma grande celebração como diocese.”

Marcus Simi/Diocese de Campo Limpo

E, falando sobre o lema escolhido para seu episcopado – “Omia propter Evangelium (Faço tudo pelo Evangelho)” –, o Bispo explicou sua inspiração: “O Evangelho é, antes de tudo, Jesus, e, na linha e nos passos do apóstolo Paulo e de tantos santos e santas, quero fazer esse caminho de viver e anunciar o Evangelho”. 

Esse lema também está gravado em seu báculo pastoral, entalhado na madeira abaixo das imagens do apóstolo São Paulo, que tem o livro dos Evangelhos em uma das mãos, enquanto a outra segura a mão de Jesus, o Divino Mestre, referenciais da espiritualidade paulina. 

Sem deixar de falar sobre sinodalidade e a comunicação, o novo bispo deu as diretrizes de seu pastoreio. “É preciso fazer o caminho sinodal de caminhar juntos na missão de evangelizar, valorizando o caminho da comunicação. Não existe caminho sinodal sem comunicação, com o espírito e entre nós. Precisamos ser ‘artesãos de comunhão’, que cada um de nós possa dar a sua parte, viver a unidade na diversidade.” 

Andrea Rodrigues
Especial para O SÃO PAULO 
Colaborou: Fernando Geronazzo

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