‘Hoje vos nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor’

A chegada do Menino Jesus ao mundo é a concretização das promessas de Deus à humanidade, que é convidada a renovar o propósito de acolher o Deus que vem

Foto: Luciney Martins /O SÃO PAULO

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. […]. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas… [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. […] Todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.”

As conhecidas palavras do prólogo do Evangelho segundo João fazem referência à vinda de Cristo a este mundo por meio de sua encarnação, bem como atribuem-Lhe uma condição essencial, associada à sua missão: Jesus é a luz da vida, que ilumina a todos, fonte de sabedoria a inspirar a humanidade a fim de afastá-la das trevas e reconduzi-la aos caminhos de Deus.

SIMPLICIDADE

Essa vinda do Senhor na condição humana, porém, deve trazer ao coração de cada ser as circunstâncias que envolveram seu nascimento: Ele quis apresentar-se desvalido, rodeado de uma simplicidade admirável e, assim, como uma criança indefesa, quis necessitar dos homens. Sua grandeza divina se oculta no presépio, na manjedoura, em alguns panos, nos animais que lhe fazem companhia, na gruta…

Jesus, desde sempre, foi humilde de coração. Ao longo da sua vida, não quis para si nenhuma condição especial, nenhum privilégio ou regalia. Como qualquer outro homem, permanece nove meses no ventre de sua Mãe, com extrema naturalidade. Embora ansiasse vir ao mundo para salvar as almas e soubesse o quanto a humanidade necessitava Dele, não precipita o tempo; vem na sua hora, sem alarde, desconhecido, praticamente anônimo e, assim, concretiza o maior acontecimento de que se tem conhecimento: Deus veio habitar entre os homens! E assim se realiza o fato transcendente que une o céu à terra.

ONTEM, HOJE E SEMPRE

O Cristo de ontem, de hoje e de sempre é o que nasce no Natal. O apelo daquela criança se perpetua nos ensinamentos e nas palavras de vida legadas nas páginas das Sagradas Escrituras, aos quais todos são exortados a conhecer e observar.

Deus conhece a cada um em profundidade porque se tornou próximo. E esse tornar-se próximo não significa somente a proximidade física, mas sobretudo o identificar-se na carne, na fragilidade, na condição humana, ao se tornar um como nós.

Por isso, é preciso resgatar o espírito natalino, que chama todos à vivência do que é fundamental, à valorização do real sentido da vida. A vinda de Cristo na carne humana tem o propósito de elevar a nossa humanidade a um patamar divino. Dessa forma, os homens devem almejar viver o modelo humano que Cristo encarna, apresenta e convida a seguir

Deus assim se humilha para que todos possam se aproximar Dele, para que a humanidade possa corresponder ao Seu amor, para que a nossa liberdade se renda, não só diante do espetáculo do seu poder, como também diante da grandeza de sua humildade.

PROPÓSITO

Deus está aqui! Vem no Natal e permanece ao lado de cada um, por todo o sempre. Essa verdade deve tomar posse da vida de todos. Cada Natal deve ser um novo encontro especial com Deus, que deixe a sua luz e a sua graça penetrarem até o fundo da nossa alma e traga uma decisão concreta de imitá-lo, amá-lo e segui-lo.

Eis a grandeza de um Menino que é Deus! Seu Pai é o Deus que fez os céus e a terra, e Ele ali está, num improvisado presépio, porque não havia outro lugar na terra para o dono de toda a Criação.

Que o coração de cada homem perceba que é justamente na mansidão do Menino que reside a imensidão de Deus!

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