João Batista Scalabrini, o apóstolo dos migrantes, será proclamado santo

Vatican Media

Em um gesto pouco comum, o Papa Francisco dispensou a necessidade de comprovação de um segundo milagre e autorizou que o processo de canonização do Beato Giovanni Battista Scalabrini seja concluído. Bispo de Piacenza, na Itália, de 1876 a 1905, ele foi um grande defensor dos migrantes e fundou a família Scalabriniana, que abrange a congregação dos missionários e a dos irmãos de São Carlos Borromeu – também conhecidos como “carlistas”. 

No sábado, 21, em meio à promulgação de decretos que reconhecem virtudes heroicas de diversos “servos de Deus”, o Sumo Pontífice também aprovou votos favoráveis que lhes foram apresentados por cardeais e bispos por meio da Congregação para as Causas dos Santos. 

A dispensa do segundo milagre não é algo frequente, mas, com alguns santos de grande notoriedade, pode ocorrer – especialmente porque, com o passar dos anos, é normal que a devoção por um personagem histórico já não seja tão popular –, o que não quer dizer que não se trate de um santo. O Papa Francisco fez o mesmo no caso de São João XXIII, que tinha somente um milagre reconhecido por sua intercessão. 

A decisão do Papa, segundo membros da família scalabriniana ouvidos por O SÃO PAULO, é mais um gesto importante de Francisco, que tem demonstrado grande apreço pela questão migratória e profunda compaixão com os migrantes em todo o mundo. Ao canonizar Scalabrini, dizem, o Papa Franisco quis garantir que esse marco histórico ocorra em seu pontificado. 

APÓSTOLO DOS MIGRANTES 

Dom Scalabrini nasceu em Fino Mornasco, na Itália, em 8 de julho de 1839, e morreu em 1° de junho de 1905, em Piacenza. Nomeado pelo Papa Pio IX, tornou-se bispo com apenas 36 anos. Diante da realidade de pobreza e grande esforço dos imigrantes italianos que encontrou, certa vez, em Milão, pensou que seria necessário dar atenção aos que saíam em viagem com todos os pertences e toda a família, principalmente para as Américas.


Em 1887, fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu e, poucos anos depois, abraçou o ramo feminino, que nasceu por iniciativa do missionário scalabriniano Giuseppe Marchetti e de sua irmã, Assunta Marchetti, também considerada beata pela Igreja. Dom Scalabrini viajou muitas vezes, sempre indo ao encontro dos migrantes.

A data da canonização de Dom Scalabrini ainda será decidida após a realização de um consistório – encontro do Papa com os cardeais presentes em Roma. 

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