Países se reúnem na COP27 para discutir questões climáticas

Durante 12 dias, a cidade de Sharm El-Sheikh, localizada na Península do Sinai, no Egito, sedia, até o dia 18, a 27º edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, mais conhecida como Conferência das Partes – ou COP27 –, e estas, por sua vez, se referem aos países que assinaram o acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão, cujo início das tratativas se deu há 30 anos, na Cúpula da Terra, a Eco-1992, no Rio de Janeiro. Até agora, 197 partes aderiram ao documento. 

Na atual edição, os participantes – chefes de Estado, autoridades governamentais, ONGs, empresários, pesquisadores, cientistas, ativistas e a sociedade civil – debatem sobre a adaptação climática, a mitigação dos gases do efeito estufa, o impacto climático na questão financeira e a colaboração para conter o aquecimento global. 

ABERTURA 

Durante o discurso de abertura do evento, na segunda-feira, 7, o secretário-geral da ONU, o português Antonio Guterres, pediu a criação de um “pacto histórico” entre os países mais ricos e em desenvolvimento para que as principais metas climáticas sejam cumpridas. 

“A humanidade tem uma escolha: cooperar ou morrer. Ou um pacto pela solidariedade climática ou um pacto pelo suicídio coletivo”, concluiu. 

LÍDERES MUNDIAIS 

Durante a COP27, a grande ausência será de Xi Jinping, presidente da China, país que é o maior emissor de gases do efeito estufa. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, segundo maior poluente, viajará ao Egito em 11 de novembro. 

“Estados Unidos e China devem responder a esse desafio, já que os países europeus são os únicos que pagam”, declarou o presidente da França, Emmanuel Macron, em um encontro com jovens antes da sessão plenária. 

Os grandes países emergentes “têm que abandonar rapidamente” o carvão como fonte de energia, insistiu o chefe de Estado francês. 

O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, que lidera a delegação oficial da Santa Sé ao evento, disse aos líderes mundiais que eles têm “uma obrigação moral” de ajudar com seriedade e em conjunto para proteger o planeta e oferecer ajuda concreta às pessoas que sofrem os “impactos humanitários mais frequentes e mais graves causados pelas mudanças climáticas”. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro não deve participar do evento. Por sua vez, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, embora não possa estar diretamente no fórum destinado aos chefes de Estado em exercício, participará da COP27 nos dias 16 e 17. Lula foi convidado primeiramente pelo governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, e na sequência pela ONU e pelo presidente do Egito, Abdul Khalil El-Sisi. 

DESAFIOS 

A COP27 começou com a aprovação de uma agenda que inclui um tema delicado, que provocou divergências nos últimos anos entre os países mais desenvolvidos e as nações mais pobres: perdas e danos. 

Após uma negociação intensa, os países discutirão a criação de um fundo específico para atenuar os efeitos das secas, inundações e fenômenos meteorológicos extremos.

A desconfiança impera entre os países mais desenvolvidos e os mais vulneráveis, especialmente quando os primeiros continuam a não cumprir a meta de mobilizar em favor dos últimos a quantia de 100 bilhões de dólares por ano para ajudá-los a reduzir suas emissões e também para a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. 

Além da questão financeira, existe a preocupação primordial de reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa, em um contexto muito abalado pela crise de abastecimento de energia na Europa, provocada pela invasão russa à Ucrânia, e a renovada questão do gás. 

Fontes: ONU, Exame e R7

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