Papa aos jovens: com Jesus, sejam missionários dos ambientes digitais

O Papa Francisco teve três oportunidades de se comunicar com os jovens ao longo da última semana. Em um vídeo gravado para jovens evangelizadores do México, ele encorajou-lhes a serem missionários dos ambientes digitais. 

“A Igreja nunca teve medo de ir ao encontro de novos horizontes e fronteiras. Com criatividade e coragem, anunciem a misericórdia e a ternura de Deus”, declarou, falando aos participantes do encontro “Hechos 29”, realizado na cidade mexicana de Monterrey, entre os dias 5 e 6. 

Na mesma mensagem, Francisco disse aos jovens que não precisam ter medo de errar, e repetiu: “Prefiro uma Igreja ferida porque sai às periferias existenciais do mundo do que uma Igreja doente porque fica fechada nas suas pequenas seguranças”. Nas palavras do Pontífice, “o Senhor bate à porta para entrar em nós, mas, muitas vezes, bate à porta pelo lado de dentro, para que o deixemos sair”. 

Referindo-se à viagem recente ao Canadá, acrescentou que é preciso encontrar novos caminhos para anunciar o Evangelho, com “criatividade pastoral para alcançar as pessoas onde elas estão, não esperando que sejam elas a vir [até nós]”. É necessário promover oportunidades de diálogo e de encontro, afirmou. 

Ser missionários nos ambientes digitais é “samaritanar” estes ambientes, ou seja, agir como o Bom Samaritano, “para que a cultura contemporânea possa conhecer Deus em vocês”. O Papa convidou os jovens a saírem levando “a esperança de Jesus, especialmente aos que estão longe”. 

CRISTO É UM AMIGO 

Aos jovens da associação italiana “Alpha Camp”, que ele encontrou em audiência na sexta-feira, 5, o Papa Francisco apresentou Jesus Cristo como um amigo que os acompanha sempre. “Ele nos ensina a fazer perguntas essenciais como ‘O que eu busco?’ E cada um de vocês deve se fazer essa pergunta”, refletiu, referindo-se ao discernimento que cada jovem faz ao longo da vida. 

“Essa pergunta se faz quando se é jovem, mas também quando se tem 80 anos”, disse. 

Relembrando sua exortação apostólica pós-sinodal Christus vivit (Cristo vive), ele declarou que os jovens são todos “iguais” quando buscam um sentido de plenitude, buscam completar os vazios da própria vida e do mundo. Nesse caminho, Cristo os acompanha, ressaltou. “Jesus Cristo é a plenitude. Nós somos todos incompletos, estamos na estrada, no caminho. E devemos ter essa consciência”, observou. “Cristo vive e tudo o que ele toca se torna jovem, novo e cheio de vida.” 

Unidos a Cristo, completou o Pontífice, “cada um de nós se torna uma semente destinada a germinar, a crescer, a produzir fruto. Mas é preciso segui-lo”. Isso significa “dizer não ao egoísmo, ao egocentrismo, dizer não ao parecer ser mais do que o que nós somos”. A verdadeira humildade, disse o Papa, é “reconhecer-se pelo que se é”. 

Cada um deve reconhecer o mal que está em si mesmo, e caminhar “em paz e segurança” com Cristo, “que nos conhece e nos ama mais do que nós mesmos, e quer para cada um de nós uma plenitude original, única”. 

A IGREJA AMA COMO JESUS AMOU 

Com os jovens das Equipes de Nossa Senhora, no sábado, 6, o Pontífice discursou novamente sobre a relação com Cristo, com Maria e com a Igreja. “Vocês queriam ouvir da boca do Papa que a santa mãe Igreja os ama e conta com vocês. É bem assim!”, assegurou. “A Igreja ama o que Jesus amou, e no Evangelho se lê que um dia seu olhar se fixou sobre o olhar de um jovem, o amou (Mc 10,21), e o chamou a segui-lo em sua missão.” 

Nesse sentido, cada jovem “é uma esperança para Jesus”, afirmou o Papa. “Uma esperança de amizade, de um caminho percorrido juntos, uma esperança de missão juntos.” Da mesma forma, cada jovem é uma esperança para a Igreja, confirmou. 

Na visão do Papa Francisco, o futuro “é dos jovens, mas eles devem manter fortes raízes no passado, orientados pela sabedoria dos mais velhos. “Eles são suas raízes e, se vocês não são capazes de conversar com os avós, não serão capazes de voar.” Os projetos e grandes desejos devem ser orientados pelos sonhos dos idosos, insiste o Papa. “Olhem para o alto, mas sempre com suas raízes. E o sinal de que as raízes estão bem é se você sabe entender e se aproximar dos avós, e falar com os avós”, completou. 

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