Papa Francisco aos jovens: caminhem contra a corrente, com Jesus Cristo

Vatican News

Os jovens precisam ter a “coragem de caminhar contra a corrente”, postura tão necessária no mundo de hoje, disse o Papa Francisco na missa da Jornada Mundial da Juventude, celebrada este ano em nível diocesano, na Basílica de São Pedro. Pela primeira vez, a data foi comemorada na Solenidade de Cristo Rei, no domingo, 21, encerramento do ano litúrgico.

Em sua homilia, Francisco repetiu aos jovens que eles devem “fazer barulho” e continuar apresentando suas críticas à sociedade, mas sempre iluminados pela amizade com Cristo, cujo Reino, disse Ele, “é um Reino do amor”.

Contra as feridas do mundo 

“Na liberdade de Jesus, encontramos a coragem de ir contra a corrente”, afirmou. Mas isso não significa “ir contra alguém, que é a tentação de cada dia, como fazem os vitimistas e os conspiradores, que sempre atribuem a culpa aos outros”. Em vez disso, o “ir contra a corrente” de Cristo é lutar contra o nosso “eu egoísta, fechado e rígido”.

Ir contra a corrente, nas palavras do Papa, é precisamente “seguir o caminho de Jesus”, que ensina a “ir contra o mal com a força suave e humilde do bem, sem atalhos, sem falsidades, sem duplicidades”. Ir contra a corrente, insistiu, é lutar contra as feridas do mundo, é “sujar as mãos”.

“Não tenham medo de criticar!”, exortou o Pontífice, falando aos jovens. “Sejam livres, sejam autênticos, sejam consciência crítica da sociedade. Nós precisamos das suas críticas. Tenham a paixão da verdade, para que com os seus sonhos vocês possam dizer: ‘A minha vida não é escrava das lógicas deste mundo, porque reino com Jesus pela justiça, pelo amor e pela paz!’”, declarou o Papa Francisco.

Buscar luz na escuridão

É preciso que os jovens “olhem além da noite”, não se deixando abater pela escuridão do mundo e, como Cristo, “elevem os olhos da terra, em direção ao alto, não para fugir, mas para vencer as tentações de permanecer deitados sobre o pavimento dos nossos medos”.

Um dos grandes perigos para os jovens de hoje, acrescentou o Papa, é o de se fecharem em si mesmo, nos próprios medos. Mas o convite de Cristo é: “Levantate!”, declarou. “Vejam a luz em suas visões noturnas, sejam construtores em meio às ruínas, sejam capazes de sonhar”, disse.

“Isto para mim é a chave: um jovem que não é capaz de sonhar, pobrezinho, envelheceu antes do tempo. Quem sonha não se deixa absorver pela noite, mas acende uma chama, acende uma luz de esperança que anuncia o amanhã. Sonhem, sejam rápidos e olhem para o futuro com coragem”, afirmou o Pontífice.

‘Eu sou rei’ 

Referindo-se ao Evangelho segundo São João (18,37), durante a oração do Angelus, o Santo Padre recordou que “a realeza de Jesus é bem diferente daquela mundana”, já que “Ele não vem para dominar, mas para servir”. Logo depois de afirmar: “Eu sou rei”, diante de Pôncio Pilatos, Jesus acaba sendo condenado à cruz.

A multidão estava contra Jesus, contou o Papa, mas mesmo assim Ele se afirma como rei. Desse modo, “mostra-se soberanamente livre do desejo de fama e glória eterna”. Enquanto isso, nós, muitas vezes, buscamos “ser continuamente aprovados e estimados pelos outros”, refletiu o Pontífice.

“O que conta mais, o aplauso ou o serviço?”, indagou. Nesse sentido, Cristo torna “livre e soberano” também os que lhe seguem. “Seu Reino é libertador, não tem nada de opressor. Ele trata seus discípulos como amigos, não como súditos”, acrescentou. “Seguindo Cristo, nada se perde, mas ganha-se a dignidade”, disse o Papa.

A beleza do Natal ressoa na partilha dos pequenos gestos de amor concreto

O Papa Francisco recebeu em audiência, na segunda-feira, 22, os participantes e organizadores do Christmas Contest, um concurso para que jovens criem canções inspiradas no Natal e em seus valores.

“A festa do nascimento de Cristo não destoa da provação que estamos vivendo, porque é por excelência a festa da compaixão, a festa da ternura. A sua beleza é humilde e cheia de calor humano”, afirmou o Papa.

O Pontífice também lembrou que “a beleza do Natal ressoa na partilha de pequenos gestos de amor concreto. Não é alienante, não é superficial, evasiva, pelo contrário, amplia o coração, abre-o para a gratuidade, palavra que os artistas podem compreender bem, ao dom de si, e pode também gerar dinâmicas culturais, sociais e educacionais”.

Recordando as palavras de São Paulo VI – “Este mundo em que vivemos precisa da beleza para não cair no desespero” –, Francisco lembrou que se trata de reafirmar a beleza de um Deus que se fez carne, a beleza dos rostos, de histórias e das criaturas que compõem a casa comum e que participam dos louvores ao Altíssimo. 

(Redação, com informações de Vatican News)

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