Participantes do sínodo aprimoram propostas voltadas à ação evangelizadora na cidade 

Resultado do trabalho das comissões temáticas será submetido à primeira votação na penúltima sessão, em novembro

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A 5º sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, realizada no sábado, dia 1º, no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), foi dedicada à apresentação e aprimoramento das propostas elaboradas pelas comissões temáticas na sessão anterior, em setembro. 

Houve uma redistribuição dos membros da assembleia nas comissões, mantendo seus coordenadores e secretários, para que pudessem analisar as respectivas propostas e refletir se elas, de fato, correspondem ao caminho de comunhão, conversão e renovação missionária que pauta o sínodo arquidiocesano. 

“Essas propostas precisam ser aprimoradas para serem uma expressão consistente do caminho que fizemos e que, depois, terminado o sínodo, possam ser, de fato, assumidas e traduzidas em ações pastorais”, explicou o Cardeal Odilo Scherer, ao introduzir os trabalhos da sessão. 

ANÁLISE 

Em seguida, os relatores do sínodo, Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos e Irmã Helena Corazza, apresentaram uma síntese das propostas elaboradas na sessão anterior, destacando que as contribuições foram pertinentes ao tema de cada comissão. Ambos observaram que algumas dessas propostas foram “mais pragmáticas, no sentido de planejamento”, enquanto outras corresponderam mais à meta de “desencadear processos” de renovação missionária. 

Os relatores também identificaram temas transversais presentes em várias propostas, tais como: acolhida, questão ambiental, redes sociais na pastoral, animação bíblico-catequética, formação e missionariedade. 

Irmã Helena e o Cônego José Arnaldo orientaram os novos membros das comissões a aprofundar o olhar, a reflexão e discernir sobre como todas as dimensões da vida da cidade podem ser efetivamente contempladas nas propostas. 

Os relatores destacaram a importância de ponderar se tais propostas respondem “ao que vimos e ouvimos no processo sinodal arquidiocesano”; se promovem processos e não apenas indicativos de planejamento; que se verifique o que falta ou o que poderia ser reformulado. Caso julgasse necessário, cada comissão poderia acrescentar duas propostas adicionais. 

Para iluminar os trabalhos dessa sessão, a oração inicial teve como referência o trecho do Evangelho segundo São Mateus (20,1-16), em que Jesus compara o Reino de Deus ao proprietário generoso que chama os trabalhadores para a sua vinha. 

OPERÁRIOS DA VINHA 

Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, que presidiu a oração, convidou os membros da assembleia a refletirem sobre a cidade como a grande vinha para a qual o Senhor os chama a trabalhar. 

“A vinha do Senhor é a pastoral dos sacramentos, é a família, a juventude, são os cristãos leigos, as vocações, a sementeira dos seminários, o sinal e testemunho da vida consagrada. A vinha do Senhor é a caridade, o serviço à vida, a promoção da dignidade, da justiça e da paz. Na vinha do Senhor, estão os refugiados e migrantes, as emergências e urgências do povo”, meditou o Bispo. 

Dom Ângelo acrescentou que “trabalhar na vinha do Senhor é cuidar da casa comum, é tornar espaço de fé e comunhão as paróquias e comunidades, é ser discípulo missionário, é organizar-se bem pastoralmente, e habitar o universo da comunicação, é cuidar da vida e da saúde, é sofrer com os que sofrem, alegrar-se com os que se alegram, é ser e fazer interlocução com os construtores da sociedade no pluralismo urbano, é diálogo inter-religioso e ecumênico”, elencando, assim, as dimensões contempladas nas 25 comissões temáticas. 

PRÓXIMOS PASSOS 

O resultado do novo trabalho das comissões será encaminhado para a comissão de redação do sínodo, composta pelos relatores e peritos, que irão elaborar um novo relatório geral, a ser apresentado na 6º sessão da assembleia, em 5 de novembro. Nessa ocasião, cada proposta será votada individualmente, podendo receber votos favoráveis ou contrários, havendo a possibilidade da apresentação de eventuais emendas. Já na 7º e última sessão, uma nova versão do relatório será submetida à votação final. 

Dom Odilo convidou todos os membros da assembleia a novamente observarem quais são as grandes questões que desafiam a missão da Igreja na cidade. 

Por fim, o Arcebispo reforçou o desejo de que o sínodo possa, no seu conjunto, ser expressão da indicação de conversão e renovação missionária. “A Igreja está pedindo isso desde o Concílio [Vaticano II], por meio de seu magistério, da Conferência de Aparecida, da exortação apostólica Evangelii gaudium, resultante do sínodo sobre a nova evangelização para a transmissão da fé, e resultante do olhar ao nosso redor”, afirmou. 

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