Ter equilíbrio nas finanças pessoais é possível e indispensável

O SÃO PAULO apresenta dicas de alguns especialistas na área financeira para a boa gestão das finanças domésticas

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Ter as contas no limite entre o que se ganha e o que se gasta, “perder o sono” por causa de uma dívida e não conseguir planejar o futuro financeiro são algumas das constatações de uma recente pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central do Brasil (Bacen), que ouviu 5.220 pessoas em todo o País.

Entre os entrevistados, por exemplo, 69,4% afirmaram ter gastos iguais ou superiores ao que ganham. Este e outros dados serviram de base para a criação do Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), uma ferramenta que permite um diagnóstico sobre a situação financeira pessoal, e que pode ser acessada gratuitamente em https://indice.febraban.org.br.

A seguir, O SÃO PAULO apresenta dicas de alguns especialistas na área financeira para a boa gestão das finanças domésticas.

Evite pagar gastos fixos com o cartão de crédito

Pagar contas regulares – de água, energia elétrica e telefone – com o cartão de crédito é um hábito de 17% das pessoas no estado de São Paulo, conforme uma pesquisa do Serasa Experian.

Cristiane Mancini, mestra em Economia pela PUC-SP e gerente de produto Ceic América Latina do ISI Emerging Group, alerta que tal hábito é prejudicial às finanças pessoais e pode deixar as contas mais caras. “Existem algumas bandeiras de cartões que cobram tarifas ao pagar as contas regulares. Assim, provavelmente se pagará mais por algo do que ‘deveria’.” Também é um erro pensar que o limite do cartão é uma espécie de renda adicional. “Com o cartão não se ‘expande’ a renda, mas, sim, se tem uma outra forma de pagar contas. Ou seja: para adquirir algo e pagar o que precisar, você continua dependendo da mesma renda inicial.”

Tome nota de seus gastos

Em um caderno, nos aplicativos de celular ou no computador, anote todos os seus gastos. “Tome nota de absolutamente tudo o que foi feito com o cartão: alimentação, combustível, vestuário, TV, celular, passeios, viagens. Ao observar os gastos mais corriqueiros, se terá a dimensão real se conseguirá pagar essa fatura no final do mês ou, caso contrário, reincidirá para o próximo”, recomenda Cristiane.

Em artigo no site da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), o presidente da entidade, Reinaldo Domingos, afirma que, além de conhecer as dívidas recorrentes, “é preciso ter ciência dos hábitos de consumo e entender exatamente onde seu dinheiro é gasto diariamente. Isso é necessário porque se torna muito comum dar maior atenção aos grandes gastos e perder o controle dos menores, que, na realidade, podem representar o maior perigo às finanças”, afirma, recomendando, ainda, que se renegocie valores. “Ligar nas prestadoras de serviço e solicitar desconto ou redução nas tarifas é uma das coisas que você pode fazer.”

Faça um PIX apenas se tiver recursos para tal

Mês a mês, cresce a quantidade de brasileiros que aderem ao Pix para transferências e pagamentos diversos. “O Pix não deixa de ser uma transação convencional, como se fazia. Dessa forma, para se transferir uma quantidade de ‘dinheiro’ é preciso tê-la. Quando não se tem, utiliza-se um crédito disponível da conta corrente por exemplo, o chamado cheque especial, que é um ‘dinheiro emprestado’, não faz parte da própria renda, você terá de pagá-lo e atualmente o juro mensal para isso é de 124,9% ao ano”, alerta Cristiane.

Se possível, poupe ou invista seu dinheiro

Uma dica da Abefin é que se guarde “dinheiro para cada sonho simultaneamente e escolha o melhor investimento de acordo com o prazo de realização de cada um. Para os de curto prazo (até um ano), coloque na caderneta de poupança; para os de médio prazo (de um a dez anos), no CDB, Tesouro Direto, fundos de investimento; os de longo prazo (acima de dez anos), Tesouro Direto, previdência privada e ações são boas opções”. Essas e outras dicas podes ser vistas em https://abefin.org.br.

Projeto Educação Financeira para a Vida (EFV)     

Os jovens Ana Carolina Fernandes Alves, 27, economista, e Augusto Luís Pinheiro Martins, 30, filósofo e teólogo, idealizaram o projeto Educação Financeira para a Vida (EFV), voltado para as famílias e fundamentado nos princípios do Pensamento Social Cristão e nas espiritualidades franciscana e inaciana. A cada semana, são disponibilizados gratuitamente conteúdos de educação financeira em podcasts, por meio do site https://edufinvida.wixsite.com/site e nas redes sociais (@edufinvida). Detalhes sobre a iniciativa podem ser lidos nesta reportagem publicada no site do O SÃO PAULO, acessando o link a seguir: https://bityli.com/4NcuA

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