Via-Sacra da Criança e do Adolescente traz o chamado a educar para a fraternidade

Atividade aconteceu de modo on-line, com gravações pela capital paulista 

Na sexta-feira, 8, a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo e as obras sociais que apoia realizaram a Via-Sacra da Criança e do Adolescente, de modo on-line, com transmissão pelas redes sociais da Arquidiocese de São Paulo. 

A Via-Sacra da Criança e do Adolescente faz parte de uma caminhada histórica e é realizada há mais de 35 anos na capital paulista, onde crianças e adolescentes de projetos sociais e de colégios católicos são protagonistas e revivem a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. É também um momento para denunciar as formas de injustiça, opressão e sofrimento que ferem a dignidade humana. 

Como sempre, a Via-Sacra destaca o tema da Campanha da Fraternidade, que em 2022 trata sobre  “Fraternidade e Educação”, com o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26). 

EDUCAR PARA GERAR FRATERNIDADE

Na abertura da atividade, por meio de uma mensagem gravada, o  Cardeal Odilo Pedro Scherer ressaltou que a “Educação é um grande instrumento para gerar fraternidade” e falou que educar deve ajudar a preparar para a fraternidade. Também exortou a todos a “educarmos para viver como pessoas humanas, fraternas, solidárias, atentas uns aos outros, não como pessoas que promovem briga, ódio, violência, pois isso não leva a nada, não leva coisa boa.” concluiu. 

EDUCAÇÃO NAS SITUAÇÕES DE GUERRA

O Arcebispo de São Paulo também recordou a guerra na Ucrânia e os outros conflitos pelo mundo, apontando para o drama das crianças e adolescentes privadas do acesso à educação por causa dos conflitos. 

“Eu penso, infelizmente, nas situações de guerra que estão acontecendo pelo mundo, e vocês certamente ouviram falar, da guerra na Ucrânia. Não há escola, as crianças da Ucrânia estão fora da escola. Não podem receber educação e estão recebendo este mau exemplo do ódio, da guerra, da destruição, de um povo contra outro. Não é um bom exemplo.” ressaltou o Arcebispo.

“Por isso, nós queremos nesta via-sacra, pedir pela paz, pedir pelo diálogo, pelo respeito, que acabe a guerra, que os povos e as nações não mais façam a guerra mas procurem sentar juntos e fazer a paz.” exortou. 

De acordo com Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor, nos projetos e organizações apoiados pela Pastoral, os participantes acompanharam a exibição do vídeo em tempo real e refletissem sobre a via-sacra. 

A HISTÓRIA DA PAIXÃO NA CAPITAL PAULISTA

Após a fala do Arcebispo, foram apresentadas cinco estações que remetem à história da Paixão do Senhor, que foram gravadas em pontos históricos do centro da capital, além do momento da Ressurreição de Jesus. A meditação de cada uma das estações esteve vinculada a alertas sobre situações da Educação. 

1a Estação – Jesus é condenado à morte

Esta estação foi gravada em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, localizado na Sé. Na encenação, jovens representam a condenação de Jesus por Pôncio Pilatos. A reflexão seguinte ao vídeo fala sobre a “educação que escraviza”, alertando sobre uma educação não participativa e opressora: “Educar não se dá por meio da repressão. Educar supõe proximidade, escuta, diálogo” 

2a Estação – Jesus é flagelado

Gravada no marco zero da cidade, na Praça da Sé, nesta estação se recordou a desigualdade social que a realidade da pandemia revelou. Foi recordado que segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais, mais de 650 mil crianças abandonaram os estudos durante a pandemia, e que aumentou o índice de trabalho infantil e crianças nos faróis: “Toda a criança tem o direito de aprender. O mundo experimenta o flagelo da desigualdade. Muitas crianças e jovens tiveram de deixar os estudos para ajudar a manter a família, devido a miserabilidade.” 

3a Estação – Jesus encontra sua Mãe

Este ponto recorda o encontro de Jesus com Maria, em meio ao caminho até o Calvário. Esta estação, feita na Praça do Patriarca, no Viaduto do Chá e na Estátua da Mãe Preta, no Largo do Paissandú, ressaltou o papel da família na educação dos filhos, e denunciou o aumento da desigualdade durante a pandemia, e o sofrimento e esforço das mães em proporcionar, mesmo com muitas dificuldades, uma boa educação para os filhos. 

4a Estação – Jesus é pregado na cruz

os últimos momentos de Jesus, representados nesta via-sacra, foram gravados na escadaria da Catedral Metropolitana. Nesta estação, o momento meditativo recordou a educação, como meio de transmitir a fé e exortar sobre política. Também recordou que a família deve ser uma Igreja doméstica e ser uma escola de virtudes sociais. “Educar é ajudar a desenvolver o senso crítico diante da realidade da sociedade, e formar cristãos de atitude e atuação evangélica diante de situações.” Também, afirmou que a catequese das crianças e adolescentes deve se preocupar com a inclusão de todas as pessoas na educação da fé, e também que resulte em um olhar integral da realidade social. 

5a Estação – Jesus morre na cruz

Na última estação, gravada também na escadaria da Catedral, é recordado o direito e acesso à educação informal, e se ressalta que se deve aprender a valorizar a educação popular. 

A ressurreição

Na conclusão da via-sacra, é apresentada a Ressurreição de Cristo, que foi gravada na Gruta do Parque da Luz. Na cena, uma criança afirma: “Paz é garantir que todas as pessoas tenham moradia, comida, roupas, educação, saúde, amor e compreensão, ou seja, boa qualidade de vida”.

‘Eduquem-se para a fraternidade’

Na conclusão do vídeo da via-sacra, o Cardeal Scherer convidou os fiéis a continuarem firmes na busca de coisas boas, e destacou a educação para a boa formação das virtudes humanas: “Eduquem-se para a fraternidade, eduquem-se para serem respeitosos, fraternos, colaborativos.”

Cenas da gravação da via-sacra em pontos da região central de São Paulo

Crianças de projetos apoiados pela Pastoral do Menor acompanham a exibição da via-sacra

(Texto escrito sob a supervisão de Daniel Gomes)

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