Leia a seguir os benefícios já verificados e os projetados por Medellín (Colômbia), Guadalajara (México) e Mumbai (Índia) com a adoção de corredores verdes
Redução de 2ºC na temperatura média em Medellín

Depois de passar por intenso processo de urbanização, que incluiu a derrubada de muitas árvores para dar espaço a diferentes construções, Medellín, na Colômbia, iniciou em 2016 um programa de implantação de corredores verdes, em razão das altíssimas temperaturas verificadas na cidade, com alguns bairros sendo verdadeiras ilhas de calor.
Inicialmente, 18 ruas e 12 hidrovias foram escolhidas para o projeto “Muros y Corredores Verdes”, por meio do qual houve a arborização de rotas, incluindo o plantio de árvores e arbustos nas calçadas, instalação de jardins verticais, além da manutenção dos cursos d’água e melhor zeladoria dos parques. O começo do projeto foi com o plantio de 120 mil mudas e 12,5 mil árvores nas ruas, praças e parques.
Por meio da política de orçamento participativo, foi a população da cidade quem decidiu que parte dos recursos municipais seriam destinados para tal fim. Os moradores também têm auxiliado na manutenção desses espaços como jardineiros voluntários.
No decorrer dos anos, os resultados apareceram: hoje, a temperatura média de Medellín está 2ºC mais baixa do que no começo do programa, foram atestadas melhorias na qualidade do ar e se verifica o retorno da fauna silvestre ao ambiente urbano, com pássaros, sapos e lagartos, por exemplo.
Além disso, conforme informa a Prefeitura de Medellín em seu site, os muros e corredores verdes têm contribuído “para o controle do crescimento urbano em áreas com drenagem do sistema hídrico e em áreas de alto risco” e proporcionam “espaços verdes para recreação passiva nas comunidades e embelezamento paisagístico da cidade”.
Ainda de acordo com a Prefeitura, há na cidade uma “conectividade ecológica por meio da implementação de muros e corredores verdes, que compõem uma rede ambiental com árvores, arbustos, palmeiras e telhados… Sua função vai além de uma simples contribuição ornamental; são um aliado fundamental na mitigação das mudanças climáticas… Em áreas da cidade consideradas carentes de espaços públicos verdes, esses corredores e muros verdes regulam a temperatura, absorvem poeira e poluentes, isolam ruídos e capturam dióxido de carbono e outras partículas em suspensão no ar. Tudo isso gera oxigênio limpo e aumenta a biodiversidade”.
Até 2028, Medellín deverá ter 800 mil metros quadrados de novas áreas verdes e há um plano para a restauração dos corredores verdes já existentes.
Guadalajara, ‘a cidade mais verde do México’

Há algumas décadas, Guadalajara adota corredores verdes, mas até 2021 eles não eram mais do que 20. O plano da atual gestão municipal é transformar o município na “cidade mais verde do México” e para tal já está em curso o plantio de 20 mil árvores, das quais 7,3 mil serão parte dos corredores verdes.
Com a meta de “purificação do ar, redução de calor e de poluição sonora”, a cidade estabeleceu o Plano de Arborização de 2025, que além do já mencionado plantio, inclui outras sete metas: reflorestar os bairros que mais precisam; consolidar corredores verdes nas principais avenidas; abrir mais de 1,7 mil espaços para plantio de árvores (em meio às calçadas de concreto); manter a boa conservação das árvores; produzir árvores nativas; reutilizar resíduos florestais por meio da criação de cobertura morta; e promover a responsabilidade compartilhada, com os cidadãos adotando árvores para cuidar.
Em um vídeo publicado em junho, a prefeita Verónica Delgadillo García afirmou que a meta de tornar Guadalajara a cidade mais verde do México decorre do fato de que “reconhecemos que estamos vivendo uma emergência climática que demanda cidades mais verdes, mais resilientes e mais sustentáveis”.
(Com informações da Prefeitura de Guadalajara)
Uma alternativa para os efeitos da crise climática em Mumbai

Perante os impactos que as inundações e tempestades causam recorrentemente à população de Mumbai, na Índia – uma das cidades mais afetadas pela crise climática global devido à sua localização geográfica –, a Prefeitura tem adotado ações para preservar e expandir as áreas verdes, a fim de também proteger a biodiversidade.
Nesse sentido, milhares de árvores têm sido plantadas nos últimos anos, muitas das quais formando corredores verdes, que proporcionam mais conectividade para a fauna e a flora local, reduzem a poluição atmosférica e sonora, retêm mais água das chuvas e evitam a formação de ilhas de calor na cidade.
Neste ano, a Prefeitura lançou o Projeto da Estrada Costeira de Mumbai, composto de 111 hectares recuperados, dos quais 70 hectares são destinados a um corredor de áreas verdes, jardins, em meio a ciclovias e anfiteatros.
Além das ações do poder público, a ONG RPG Foundation também planeja viabilizar a expansão de corredores verdes a partir dos extremos da cidade, de modo a melhor interligar os parques às diferentes áreas verdes. O plano prevê o cultivo de 169 variedades de árvores nativas ao longo de uma estrada costeira e muitas conexões florestais. Com as medidas, a RPG Foundation projeta que a temperatura média de Mumbai caia em até 2ºC.
(Com informações de Swarajya, Free Press Journal e C40.org)