De toda a energia atualmente consumida no Brasil, 48% provém de fontes renováveis, um percentual bem acima da média mundial de 15%, conforme dados do Ministério de Minas e Energia.
Quando analisada apenas a geração de energia elétrica, os percentuais são ainda melhores, conforme o Balanço Energético Nacional de 2021: 84,8% de nossa matriz elétrica vem de fontes renováveis, sendo que a geração por fonte hídrica corresponde a 65,2%; a por queima de biomassa a 9,1%; a eólica a 8,8%; e a solar a 1,66%.
Apesar dos percentuais expressivos, o País tem buscado aprimorar sua transição energética por meio planos governamentais e novas legislações (leia no box ao lado), também com o objetivo de cumprir as metas que assumiu internacionalmente: corte de 48% nas emissões de gases de efeito estufa até 2025 e de 53% até 2050.
POLÍTICAS ATUAIS DE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Plano Nacional de Transição Energética: lançado em setembro de 2023 pelo Ministério de Minas e Energia, busca ampliar o uso de eletricidade renovável no País e favorecer que os setores industriais e de transportes reduzam a “pegada de carbono”. Há ainda o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias em mobilidade e logística.
PL dos ‘Combustíveis de Futuro’: Aprovado pela Câmara em 13 de março, agora tramita no Senado. Prevê a criação do programa de diesel verde, produção de combustível sustentável para aviação e de biometano, além de aumentar o percentual da mistura de etanol e de biodiesel à gasolina.
Nova Indústria Brasil (NIB): Entre as medidas desta política em vigor desde janeiro está a captação de recursos para a indústria no mercado regulado de carbono. São parte de suas metas ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes (atualmente em 21,4%) e reduzir em 30% a emissão de carbono na indústria.
Fundo de Aval para Desenvolvimento da Eficiência Energética (FAEE): Em vigor no estado de São Paulo desde janeiro, apoia pequenas e médias empresas no financiamento de projetos de eficiência energética, modernização de seus processos produtivos e redução de custos de forma sustentável.
Uma revolução iniciada há 50 anos
No início da década de 1970, quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu a produção desta commodity e houve, por consequência, a elevação de seu preço, o Brasil passou a pesquisar e operacionalizar o uso de outras fontes de energia.
Em 1974, teve início o projeto da hidrelétrica de Itaipu, inaugurada dez anos depois. Já o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) começou em 1975, e hoje o etanol é um combustível mais barato que a gasolina para veículos automotores. Naquele mesmo ano, também foi inaugurada a usina nuclear de Angra I, mas a expansão deste modo de geração de energia sempre foi vista com cautela, dados seus potenciais danos ambientais.
Já próximo à virada do milênio, em 1992, foi inaugurada a primeira grande turbina eólica do Brasil, em Fernando de Noronha; e em 2011 entrou em operação a primeira usina de energia solar, em Tauá (CE).