América Latina tem maior proporção de mães solo do mundo

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Na América Latina e no Caribe, cerca de 11% dos lares são monoparentais e quase sempre a mãe é a responsável por eles, segundo estimativas da ONU, uma taxa acima da média global de 8%. Mesmo na África Subsaariana – que tem pior desempenho em outros indicadores, como pobreza e acesso a tratamento de saúde – as famílias monoparentais representam 10% do total. Em média, espera-se que quase um terço das mulheres latino-americanas possa ter um bebê antes dos 20 anos.

A preponderância de mães solo é um reflexo de como a América Latina está presa a um limbo de desenvol- vimento. Nenhum país da região se enquadra na definição de baixa renda do Banco Mundial. As matrículas femininas no ensino médio estão próximas de 100%.

Diana Rodríguez Franco, secretária de assuntos da mulher da Prefeitura de Bogotá, capital da Colômbia, descreve um padrão comum por lá: “Uma mulher tem um filho, é abandonada pelo pai, ela tem outro filho com outro homem, e é abandonada novamente”.

Os dados mais recentes do Banco Mundial sugerem que 78% das mães solo na América Latina e no Caribe estão no mercado de trabalho, trabalhando ou procurando ativamente por trabalho, acima da média de 73% para todos os adultos. No entanto, a taxa de desemprego entre mães solo, de 9,2%, é maior do que para qualquer outro grupo, incluindo mulheres solo sem filhos e pais solteiros. Mesmo quando encontram empregos, as mães solo ganham muito menos do que outros adultos. Frequentemente, o único trabalho que oferece a flexibilidade necessária para lidar com o cuidado infantil é o setor informal.

Isso tem efeitos mais amplos na economia. A ONU estima que, como a taxa de participação das mulheres na força de trabalho é menor, a lacuna de gênero reduzirá o PIB per capita em 14% na América Latina e no Caribe entre 2020 e 2050. 

Fonte: The Economist

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