FAO destaca enorme potencialidades de reforço de nutrição, da segurança alimentar, da criação de empregos decentes e das economias no mundo; agência quer influenciar líderes priorizar a produção e o comércio do grupo de cereais.
Neste 2023, a ONU promove o Ano Internacional do Milheto. A decisão foi tomada na Assembleia Geral, em março passado.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, vê a oportunidade de dar visibilidade ao grupo de culturas de “grande potencial” para fortalecer nutrição global, segurança alimentar, empregos decentes e fortalecer economias em meio a esforços pela ação climática.
Zonas semiáridas
O também chamado milho painço adiciona benefícios que, além da nutrição, envolvem o consumidor, o produtor e o clima. O cultivo pode ocorrer em zonas semiáridas e consumindo menos água na irrigação.
A cultura do milheto é resiliente e feita em regime de sequeiro. Ela prospera em regiões secas e em condições de baixa fertilidade e umidade do solo. Em termos de valor nutricional, o rendimento supera a de cereais como o trigo e o arroz.
Por precisar de uma quantidade mínima de insumos e ser resistente às mudanças climáticas, a cultura do milheto é considerada uma solução ideal para os países aumentarem a autossuficiência e reduzirem a dependência de grãos importados.
O grupo de cereais abarca até 12 subcategorias diferentes, incluindo o milho painço da Guiné e o sorgo, ou milheto grande.
Adaptação às mudanças climáticas
Em regiões como Asia e África, estes produtos são uma importante fonte de nutrição para milhões de pessoas, fazem parte da cultura e das tradições de povos indígenas, além de apoiarem a segurança alimentar.
Para o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, a cultura ancestral tem alto valor nutricional, pode desempenhar um papel importante e contribuir nos esforços coletivos para capacitar pequenos agricultores.
Os benefícios do milheto se estendem ao impulso ao desenvolvimento sustentável, à eliminação da fome, adaptação às mudanças climáticas, promoção da biodiversidade e transformação dos sistemas agroalimentares.
Novas oportunidades
No novo ano, as atividades previstas pretendem aumentar a consciência, direcionar a atenção política para os benefícios nutricionais e de saúde do cereal e promover a adaptação para seu cultivo sob condições climáticas adversas e em transformação.
O Ano Internacional do Milheto também quer divulgar formas de produção sustentável, destacando o potencial para oferecer novas oportunidades de mercado para produtores e consumidores.
Outra expectativa para o período é despertar interesse entre várias partes do processo, como agricultores, jovens e sociedade civil, e pressionar governos e políticos a priorizar a produção e o comércio desses cereais.
Fonte: ONU