Arcebispo de Luanda defende reforço de princípios e valores comuns entre povos lusófonos

Angola acolhe a XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo, na comemoração dos 25 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Foto: CPLP

O arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias, afirmou que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve ter como base “princípios e valores” comuns e não apenas “interesses” pontuais.

Ele, que também é presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (Ceast), disse à RTP – Rádio e Televisão Portuguesa que a XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo, realizada no sábado, 17, reforça o “laço de união” entre povos com uma história comum, criando sinergias para “o desenvolvimento das diferentes sociedades”.

O líder católico da arquidiocese local aponta para um “encontro de povos, que se assente em princípios e valores universalmente aceitos”, promovendo “padrões” que criem uma comunidade de Estados e não apenas um “ajuntamento de interesses”.

O Prelado sustenta, ainda, que a CPLP deve ser mais do que “um encontro de amigos, de saudades, de simpatias”, assumindo-se como “um instrumento forte para o reforço da natureza dos Estados que vêm desta tradição comum da lusofonia”.

Propósitos concretos

A CPLP aprovou um acordo de mobilidade que promete facilitar a concessão de visto e autorizações de residência e também a circulação de pessoas nos países do grupo.

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, chefiou a delegação brasileira no evento, que contou com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o secretário de Assuntos Estratégicos, Flavio Rocha, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Augusto Pestana.

Em nota sobre o acordo firmado em Luanda, o Itamaraty diz que, “uma vez em vigor, o instrumento facilitará a circulação de cidadãos entre os países da Comunidade, permitindo o adensamento progressivo da mobilidade no espaço da CPLP, que abrange mais de 270 milhões de pessoas”.

Futuro

No encontro, cujo tema foi “Construir e fortalecer um futuro comum e sustentável”, também foi definido que Angola exercerá a presidência da CPLP pelos próximos dois anos, sucedendo ao mandato cabo-verdiano.

Os países-membros da CPLP, que é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, também expressaram preocupação com o aumento da fome e “das diversas formas de má nutrição no mundo”, e saudaram a convocação da cúpula das Nações Unidas sobre Sistemas Alimentares 2021, que será realizada de 26 a 28 deste mês, em Roma.

Fonte: Agência Ecclesia e UOL

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